Luxação Anterior do Ombro
- EmergenciasUNO

- 18 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A luxação anterior do ombro é o tipo mais comum de luxação desta articulação, representando cerca de 95% de todos os casos. Ocorre quando a cabeça do úmero se desloca anteriormente, saindo da cavidade glenoideia da escápula.
Esta lesão costuma ocorrer após uma queda sobre o braço estendido, um impacto direto ou uma combinação de abdução, extensão e rotação externa forçada do braço. As luxações anteriores podem causar lesões associadas, como dano ao nervo axilar, ao lábrum glenoideu (lesão de Bankart) ou à cabeça umeral (lesão de Hill-Sachs).
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se em antecedentes de traumatismo seguidos de dor aguda, deformidade visível do ombro (perda do contorno arredondado) e dificuldade ou incapacidade para mobilizar o braço.
Na luxação anterior, o braço encontra-se geralmente em leve abdução e rotação externa. O exame físico deve incluir avaliação neurovascular cuidadosa, com atenção especial ao nervo axilar, frequentemente afetado. Radiografias em projeções anteroposterior e axial do ombro são fundamentais para confirmar a luxação e excluir fraturas associadas.
Diagnóstico Diferencial
Patologia | Características |
Luxação posterior do ombro | Dor e deformidade com rotação interna do braço; menos frequente. |
Fratura do colo umeral | Deformidade no ombro, sem luxação completa da articulação. |
Rotura da coifa dos rotadores | Fraqueza e dor no ombro, sem deformidade visível. |
Luxação acromioclavicular | Deformidade na parte superior do ombro, sem deslocamento da cabeça umeral. |
Contusão do ombro | Dor e limitação ligeira, sem deslocamento ou deformidade significativa. |
Abordagem de Emergência
O tratamento imediato consiste na redução fechada da luxação para restaurar o alinhamento anatómico. Podem ser utilizadas técnicas como Kocher, Hipócrates ou Stimson, conforme a experiência do profissional, sob sedação ou anestesia local.
É essencial avaliar a função neurovascular antes e após a redução. Após a redução bem-sucedida, o ombro deve ser imobilizado com tipoia ou tala durante 2 a 4 semanas. Radiografias pós-redução devem ser realizadas para confirmar o alinhamento correto e descartar fraturas ocultas.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo depende da presença de lesões associadas e da estabilidade articular. Em luxações anteriores não complicadas, o tratamento conservador com imobilização seguido de fisioterapia é geralmente eficaz. A reabilitação precoce deve focar-se na recuperação da amplitude de movimento e da força muscular.

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