Lesões Ósseas da Mão e do Pulso
- EmergenciasUNO

- 15 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
As lesões ósseas da mão e do pulso são frequentes devido ao elevado número de pequenos ossos e articulações nestas regiões, tornando-as suscetíveis a fraturas e traumatismos por impacto direto ou quedas. Os ossos mais frequentemente afetados incluem o escafóide, o rádio distal e as falanges.
Estas lesões podem causar dor, edema, limitação dos movimentos e, se não forem tratadas adequadamente, podem originar complicações como má consolidação ou necrose avascular, sobretudo no caso do escafóide.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na história clínica de traumatismo, seguida de exame físico para identificar:
Dor localizada
Edema
Deformidades
Limitação do arco de movimento
As radiografias são essenciais para avaliar fraturas, luxações ou fissuras nos ossos da mão e do pulso.
Nos casos em que as fraturas não são visíveis em radiografia convencional (especialmente do escafóide), pode ser necessária uma ressonância magnética (RM) ou uma tomografia computorizada (TC) para confirmação.
Diagnóstico Diferencial
Lesão | Características Distintivas |
Fratura do escafóide | Dor na tabaqueira anatómica após queda com extensão da mão; alto risco de necrose avascular |
Fratura de Colles | Fratura do rádio distal com deformidade em “garfo invertido”; típica de queda com mão estendida |
Fratura de Smith | Fratura do rádio distal com desvio volar; ocorre após queda com a mão em flexão |
Fraturas falângicas | Dor intensa, deformidade ou angulação dos dedos, habitualmente por trauma direto |
Luxação das articulações carpais | Deslocamento dos ossos do carpo, dor intensa e deformidade do punho; comum na luxação do semilunar |
Abordagem na Urgência
O tratamento de fraturas da mão e do pulso nas urgências depende da estabilidade da fratura e da intensidade da dor. A maioria dos casos requer:
Imobilização com tala ou gesso
Analgésicos, geralmente anti-inflamatórios não esteroides (AINEs); em casos graves, opiáceos
Fraturas com desvio podem necessitar de redução fechada antes da imobilização.
Em caso de suspeita de fratura do escafóide, mesmo com radiografia inicial negativa, deve-se imobilizar imediatamente e realizar exames adicionais posteriormente.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo depende do tipo e gravidade da fratura:
Fraturas não desviadas: tratamento conservador com gesso durante 4 a 6 semanas, seguido de fisioterapia
Fraturas desviadas, instáveis ou cominutivas: requerem geralmente cirurgia com fixação interna (parafusos ou placas)
Nas fraturas do escafóide, é essencial um acompanhamento rigoroso devido ao risco de necrose avascular.

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