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LESÕES FACIAIS

MANUAL DE URGÊNCIAS MENORES



Do ponto de vista do médico de emergência num serviço de urgência hospitalar, as lesões faciais exigem avaliação e tratamento cuidadosos, dada a complexidade anatómica da face e o seu potencial impacto funcional e estético. Seguem-se as lesões faciais mais comuns e a respetiva abordagem inicial:


Categoria

Lesão

Descrição (PT-PT)

Fraturas

Fratura do osso zigomático (malar)

Fratura do osso da maçã do rosto causada por trauma direto. Sintomas: dor, inchaço, deformidade facial e possível envolvimento orbitário.


Fratura nasal

Fratura dos ossos nasais, geralmente por impacto direto. Sintomas: dor, edema, deformidade nasal e epistaxe. Pode causar obstrução respiratória.


Fratura maxilar (maxila superior)

Fratura da maxila superior, geralmente por traumatismo severo. Sintomas: dor intensa, edema, dificuldade em mastigar ou falar e possível deslocamento dentário.


Fratura mandibular (mandíbula inferior)

Fratura da mandíbula por trauma direto ou acidentes. Sintomas: dor mandibular, dificuldade em abrir/fechar a boca e desvio da oclusão dentária. Pode comprometer a função mastigatória.

Luxações

Luxação mandibular

Deslocamento da mandíbula da sua posição anatómica normal, geralmente por trauma direto ou movimentos forçados. Sintomas: dor intensa, dificuldade em fechar a boca e deformidade mandibular visível.

Lesões de tecidos moles

Contusões e hematomas

Equimoses faciais resultantes de trauma direto. Sintomas: dor, edema e descoloração (equimose). Hematomas profundos podem afetar estruturas importantes.


Lacerações

Cortes na pele da face, variando de superficiais a profundos. Podem necessitar de sutura. Pode ocorrer hemorragia significativa e lesão de estruturas subjacentes.

Lesões oculares

Contusão ocular ("olho negro")

Lesão causada por impacto na região ocular. Sintomas: inchaço, dor e descoloração periorbital. Pode haver lesão de estruturas internas do olho.


Fratura do pavimento orbitário ("blow-out")

Fratura do soalho da órbita, geralmente por impacto direto. Sintomas: dor ocular, visão turva e limitação do movimento ocular. Pode ocorrer prolapso de gordura ou tecido orbitário.

Lesão do nervo facial

Paralisia facial

Pode ser causada por trauma direto, infeções ou compressão do nervo facial. Sintomas: fraqueza ou paralisia unilateral, dificuldade em fechar o olho e alterações na expressão facial.


Protocolo de Abordagem


Avaliação Inicial


  • História clínica e exame físico: Determinar o mecanismo do trauma, avaliar extensão das lesões e verificar possível envolvimento das vias aéreas ou estruturas vitais.


  • Imobilização: Se houver suspeita de fratura ou luxação, imobilizar a mandíbula para evitar movimentos adicionais.


Exames Complementares


  • Radiografias: Úteis na avaliação de fraturas e desalinhamentos ósseos. Podem ser necessárias projeções específicas da face e mandíbula.


  • Tomografia Computorizada (TC): Indispensável para detetar fraturas complexas e avaliar lesões internas.


Tratamento Inicial


  • Controlo da dor: Administração de analgésicos e AINEs conforme necessário.


  • Tratamento de lacerações: Limpeza adequada, sutura e avaliação da profundidade da lesão.


  • Compressão e elevação: Para controlar hematomas e reduzir edema.


Intervenção Cirúrgica


  • Fraturas e luxações: Pode ser necessário realinhamento cirúrgico e estabilização óssea, especialmente em casos graves.


  • Lesões oculares: Avaliação oftalmológica e cirurgia, se necessário, para reparar fraturas orbitárias e lesões intraoculares.


Seguimento e Reabilitação


  • Reabilitação facial: Pode incluir fisioterapia para restaurar a função muscular e a estética facial.


  • Monitorização contínua: Para garantir a recuperação adequada e prevenir complicações a longo prazo.


Cada lesão facial exige uma avaliação minuciosa, visando tratar os danos imediatos e evitar sequelas funcionais ou estéticas no futuro.

 
 
 

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