Lesão da Glândula Parótida
- EmergenciasUNO

- 18 de jul.
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MANUAL DE URGÊNCIAS MENORES
A lesão da glândula parótida resulta de traumatismo na região pré-auricular ou lateral da face, podendo afetar tanto o tecido glandular como estruturas associadas, como o canal de Stensen (canal parotídeo).
Estas lesões podem provocar extravasamento de saliva, infeção local ou lesão do nervo facial, que atravessa a glândula, podendo resultar em paralisia facial parcial.
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico, observando-se sinais como inflamação, edema, extravasamento de saliva ou formação de massa flutuante (sialocele) na região parotídea após o trauma. A presença de paralisia facial, dor localizada e saliva a sair pela ferida são sinais característicos.
Podem ser utilizados exames de imagem como ecografia, sialografia ou tomografia computorizada (TC) para avaliar a extensão da lesão glandular ou ductal.
Diagnóstico Diferencial
Patologia | Características Principais |
Sialadenite | Dor, edema e febre, sem história de traumatismo |
Fístula salivar | Extravasamento contínuo de saliva através de ferida ou trajeto fistuloso |
Tumor da glândula parótida | Massa indolor de crescimento lento, sem história de trauma |
Fratura mandibular | Dor e instabilidade da mandíbula, sem evidência de saída de saliva |
Abordagem em Urgência
Controlo de hemorragia: Aplicar pressão direta no local da lesão.
Descontaminação: Irrigação com soro fisiológico estéril para prevenir infeções.
Avaliação neurológica: Verificar função do nervo facial, procurando sinais de paralisia.
Tratamento de sialocele ou fístula: Realizar aspiração ou drenagem em caso de acumulação salivar.
Antibióticos profiláticos: Administração de antibióticos de largo espectro para prevenir infeção, especialmente em presença de fístula ou sialocele.
Evitar encerramento precoce da ferida: Quando existe extravasamento salivar, pode ser necessário manter o drenagem aberta antes do encerramento cirúrgico.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo pode incluir reconstrução cirúrgica do tecido glandular, drenagem de sialocele e, em casos de lesão do nervo facial ou canal parotídeo, reparação microcirúrgica.
O uso de toxina botulínica (Botox) pode ser uma estratégia temporária para reduzir a produção de saliva, favorecendo a cicatrização em casos mais complexos.

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