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Lesão da Coifa dos Rotadores

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



A coifa dos rotadores é um grupo de quatro músculos e respetivos tendões (supraespinhoso, infraespinhoso, redondo menor e subescapular) que envolvem a cabeça do úmero e estabilizam a articulação glenoumeral.


As lesões da coifa dos rotadores são frequentes e incluem tendinites, roturas parciais ou completas, geralmente causadas por movimentos repetitivos do braço, traumatismos diretos ou processos degenerativos associados ao envelhecimento. São comuns em atletas, trabalhadores manuais e pessoas idosas.


Diagnóstico


Suspeita-se de lesão da coifa em casos de dor no ombro, especialmente durante a elevação do braço ou atividades acima da linha dos ombros. A dor pode ser acompanhada de fraqueza muscular e limitação funcional, em especial nos movimentos de rotação e abdução.


Testes clínicos como o teste de Jobe (para o tendão supraespinhoso), o teste de Neer (para impacto subacromial) e o teste de Hawkins ajudam na identificação da lesão.


O diagnóstico definitivo é feito por ecografia ou ressonância magnética (RM), que permitem avaliar o grau da rotura e o estado do tendão.


Diagnóstico Diferencial


Patologia

Características

Tendinite bicipital

Dor na parte anterior do ombro, agravada com flexão e supinação.

Bursite subacromial

Dor localizada na parte superior do ombro ao elevar o braço.

Luxação do ombro

Deformidade visível após traumatismo, com mobilidade reduzida.

Artrose do ombro

Dor crónica, rigidez e perda progressiva de mobilidade.

Fratura do colo umeral

Dor aguda após trauma, com deformidade e limitação funcional.

Abordagem de Emergência


Em contexto de urgência, o ombro afetado deve ser imobilizado com tipoia para reduzir a dor e limitar os movimentos. Administram-se analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).


Em caso de roturas agudas pós-trauma, o doente deve ser encaminhado para estudos de imagem e avaliação ortopédica. A aplicação de gelo nas primeiras 48 horas ajuda a reduzir a inflamação.


Tratamento Definitivo


O tratamento depende da gravidade da lesão:


  • Lesões ligeiras (tendinites ou roturas parciais): Tratamento conservador com repouso, AINEs, fisioterapia para reforçar a musculatura do ombro, melhorar a mobilidade e evitar os movimentos desencadeantes.


  • Lesões graves (roturas completas ou crónicas): Podem requerer intervenção cirúrgica, como reparação artroscópica do tendão. Em casos mais severos ou com degeneração avançada, pode ser indicada uma artroplastia do ombro (prótese). A fisioterapia pós-operatória é essencial para recuperar a mobilidade e a função articular.


Em todos os casos, a reabilitação é crucial para restaurar a força muscular e prevenir recidivas, rigidez articular ou fraqueza persistente.

 
 
 

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