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Lesões do Útero, Placenta e Feto

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



As lesões que envolvem o útero, a placenta e o feto durante a gravidez representam complicações potencialmente graves que exigem uma abordagem clínica cuidadosa e imediata. Este artigo aborda os principais aspetos destas condições, incluindo manifestações clínicas, exames diagnósticos e conduta em contexto de emergência.


Sintomas


Os sintomas variam conforme a condição específica, mas podem incluir:


  • Dor abdominal súbita, contínua ou em cólica[3][8]


  • Hemorragia vaginal, leve ou intensa[3][5]


  • Contrações uterinas frequentes ou dolorosas[1][3]


  • Dor lombar[3]


  • Na rutura uterina, dor abdominal sem contrações associadas[5]


Importa salientar que, em casos como o descolamento placentário, a hemorragia pode ser interna e não visível externamente[3].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos sugestivos de lesão uterina, placentária ou fetal incluem:


  • Sensibilidade ou rigidez uterina[3]


  • Alterações nos padrões de contração[1]


  • Instabilidade hemodinâmica (alterações na pressão arterial e frequência cardíaca)[1]


  • Sinais de choque: confusão, extremidades frias, hipoperfusão periférica[8]


  • Bradicardia fetal[5]


  • Em casos graves, distensão abdominal e sinais de peritonite[5]


Avaliação


A avaliação da gestante com suspeita de lesão uterina, placentária ou fetal deve incluir:


  • Avaliação geral e sinais vitais maternos[8]


  • Palpação abdominal para avaliar o tónus e a sensibilidade uterina[8]


  • Medição da altura uterina e correlação com a idade gestacional[8]


  • Auscultação dos batimentos cardíacos fetais[8]


  • Exame vaginal, apenas após exclusão de placenta prévia[8]


Exames Diagnósticos


Os exames fundamentais incluem:


  • Ecografia abdominal e transvaginal: para avaliação da placenta, condição fetal e pesquisa de descolamento ou rutura uterina[4][8]


  • Monitorização cardiotocográfica: para avaliação do bem-estar fetal e padrão de contrações[8]


  • Exames laboratoriais: hemograma completo, estudo da coagulação e tipagem sanguínea[8]


  • Ressonância magnética: pode ser útil em casos selecionados, sobretudo para avaliar invasão placentária[9]


Abordagem em Situações de Emergência


A gestão das emergências envolvendo útero, placenta ou feto deve seguir os seguintes princípios:


  • Avaliação rápida do estado hemodinâmico materno e fetal[8]


  • Estabelecimento de acessos venosos e início de reposição volémica[8]


  • Monitorização contínua dos sinais vitais e da frequência cardíaca fetal[8]


  • Transfusão de hemoderivados em caso de hemorragia grave[8][9]


  • Administração de corticosteroides para maturação pulmonar fetal, se indicado pela idade gestacional[8]


  • Preparação para parto de emergência ou cesariana, dependendo do quadro clínico e idade gestacional[8][9]


Em casos de rutura uterina ou descolamento placentário severo, a intervenção cirúrgica imediata é essencial[5][9]. A decisão entre tratamento conservador ou ativo dependerá da gravidade da situação, idade gestacional e estado materno-fetal[8].


Uma abordagem multidisciplinar envolvendo obstetras, anestesistas, neonatologistas e equipas de cuidados intensivos é crucial para otimizar os resultados maternos e fetais nestas situações emergentes[9].


Citações


 
 
 

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