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Lesão do Bíceps e do Braquial

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



As lesões dos músculos bíceps braquial e braquial anterior são geralmente causadas por sobrecarga funcional, traumatismo agudo ou movimentos repetitivos. O músculo bíceps braquial é responsável pela flexão do cotovelo e supinação do antebraço, enquanto o braquial é o principal motor da flexão do cotovelo, independentemente da posição do antebraço.


Estas lesões podem incluir roturas parciais ou completas do tendão distal do bíceps, distensões musculares ou lesões do músculo braquial, manifestando-se geralmente por dor, edema e fraqueza funcional do cotovelo.


Diagnóstico


O diagnóstico baseia-se em história clínica compatível, como dor aguda súbita, fraqueza ao flexionar ou supinar, e, por vezes, sensação de estalido audível durante o esforço (ex. levantamento de peso).


O exame físico pode revelar:


  • Protuberância visível ("sinal de Popeye") no braço — típica da rotura completa do tendão distal do bíceps;


  • Dor à palpação na região ântero-medial do braço.


Ecografia ou ressonância magnética (RMN) são úteis para confirmar a localização e extensão da lesão, especialmente em casos de roturas tendinosas parciais.


Diagnóstico Diferencial

Patologia

Características

Rotura do tendão distal do bíceps

Dor súbita, deformidade ("protuberância"), fraqueza na flexão e supinação do antebraço.

Epicondilite medial

Dor crónica na face interna do cotovelo, relacionada com movimentos repetitivos do punho.

Entorse do ligamento colateral medial

Dor medial, típica em praticantes de desportos com movimentos de arremesso.

Tendinite do bíceps

Dor anterior no braço, sem deformidade visível, evolução geralmente crónica.

Lesão do nervo radial

Déficit na extensão do punho/dedos, fraqueza motora, sem dor localizada nem deformidade.

Abordagem de Emergência


A abordagem inicial inclui:


  • Imobilização temporária do braço afetado para limitar a dor;


  • Administração de AINEs (anti-inflamatórios não esteroides) e analgésicos;


  • Aplicação de gelo nas primeiras 48h, se indicado.


Se houver suspeita de rotura completa do tendão distal do bíceps, o doente deve ser encaminhado urgentemente para avaliação ortopédica, pois a reparação cirúrgica precoce tem melhores resultados funcionais.


Tratamento Definitivo


  • Para lesões parciais ou distensões musculares, o tratamento é conservador:repouso, fisioterapia orientada, fortalecimento progressivo e AINEs.


  • Para roturas completas do tendão distal do bíceps, o tratamento é cirúrgico, com reinserção do tendão ao rádio.A reabilitação pós-operatória é essencial para restaurar força, mobilidade e função completa do membro.

 
 
 

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