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Lesão da Articulação Acromioclavicular – Rotura

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



Uma lesão da articulação acromioclavicular (AC), também conhecida como luxação ou rotura da articulação AC, ocorre quando os ligamentos que estabilizam esta articulação são distendidos ou rompidos, provocando uma separação entre a clavícula e o acrómio da escápula.


Esta lesão é frequentemente causada por traumatismo direto sobre o ombro, como em desportos de contacto ou quedas em acidentes de bicicleta. As roturas da articulação AC são classificadas em vários graus conforme a gravidade da lesão ligamentar e o grau de deslocamento ósseo.


Diagnóstico


O diagnóstico baseia-se em antecedentes de traumatismo direto sobre o ombro, com sintomas como dor localizada na parte superior do ombro, inflamação e, nos casos mais graves, deformidade visível (elevação da clavícula, conhecida como “sinal da tecla de piano”).


A avaliação física inclui a palpação da articulação AC, que reproduz a dor. Radiografias nas projeções anteroposterior e axial do ombro são fundamentais para classificar a lesão conforme o grau de separação ou deslocamento.


Classificação da Lesão AC


  • Grau I: Entorse dos ligamentos AC sem deslocamento visível.


  • Grau II: Rotura do ligamento AC com deslocamento mínimo da clavícula.


  • Grau III: Rotura dos ligamentos AC e coracoclaviculares, com deslocamento completo da clavícula.


  • Graus IV a VI: Deslocamentos mais severos, com possível lesão dos tecidos adjacentes e deslocamento para estruturas vizinhas.


Diagnóstico Diferencial


Patologia

Características

Fratura da clavícula

Dor na parte superior do ombro com deformidade palpável na clavícula.

Rotura da coifa dos rotadores

Fraqueza e dor ao elevar o braço.

Luxação glenoumeral

Deformidade e deslocamento da cabeça do úmero fora da cavidade glenoideia.

Tendinite bicipital

Dor na parte anterior do ombro, sem deformidade visível.

Contusão do ombro

Dor após trauma, sem deformidade ou deslocamento ósseo evidente.

Abordagem de Emergência


O tratamento inicial inclui imobilização do braço com tipoia, administração de analgésicos e AINEs e aplicação de gelo para reduzir a inflamação.


  • Para lesões de grau I e II, recomenda-se repouso e seguimento em ambulatório.


  • Lesões de grau III ou superiores, especialmente com deformidade evidente ou comprometimento neurovascular, devem ser encaminhadas para avaliação ortopédica urgente.


Tratamento Definitivo


O tratamento depende da gravidade da lesão:


  • Graus I e II: Tratamento conservador com repouso, gelo, analgésicos e fisioterapia progressiva para recuperar a mobilidade e reforçar a musculatura do ombro. A recuperação ocorre geralmente em 4 a 6 semanas.


  • Grau III: Pode ser tratado de forma conservadora ou cirúrgica, consoante a idade, nível de atividade física e presença de dor ou instabilidade persistente.


  • Graus IV a VI: Requerem geralmente intervenção cirúrgica, com redução da clavícula e estabilização da articulação utilizando placas ou parafusos. A reabilitação pós-operatória é essencial para restaurar a função completa do ombro e evitar rigidez ou fraqueza.


A fisioterapia é crucial em todos os graus de lesão para recuperar a força e amplitude de movimento.

 
 
 

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