Isquemia Aguda de Extremidades
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A isquemia aguda de extremidades é uma condição médica grave que requer atenção imediata. Caracteriza-se pela interrupção súbita do fluxo sanguíneo a uma extremidade, podendo comprometer a sua viabilidade[1][2]. Este artigo aborda os aspetos-chave desta patologia, incluindo sintomas, sinais clínicos, exploração, exames diagnósticos e manejo em situações de emergência.
Sintomas
Os sintomas surgem de forma abrupta e podem incluir:
Dor intensa de início súbito na extremidade afetada[1][2]
Parestesias ou entorpecimento[4]
Sensação de frio na extremidade[2]
Palidez cutânea[1]
Incapacidade funcional[1]
A intensidade dos sintomas pode variar conforme o grau da obstrução, a velocidade de instalação, localização e existência de circulação colateral[1].
Sinais Clínicos
Os sinais mais característicos são:
Ausência de pulsos distais[1]
Palidez e frio cutâneo[2][4]
Cianose periférica em casos avançados[1]
Paralisia em situações severas[4]
Estes sinais resumem-se na regra mnemónica das "5 P": parestesias, palidez, dor, perda de pulsos e paralisia[4].
Exploração
A avaliação física deve incluir:
Palpação de pulsos: comparar sempre simetricamente a extremidade afetada e a sã[1]
Auscultação cardíaca: procurar sopros ou arritmias sugestivas de causa embólica[1]
Avaliação da temperatura e cor da pele[2]
Exame da função motora e sensorial da extremidade[4]
Palpação abdominal: despistar aneurismas da aorta ou ilíacas[1]
Exames Diagnósticos
O diagnóstico é principalmente clínico, mas exames complementares ajudam:
Ecodoppler colorido: localiza obstrução arterial e suas características[3]
Angio-RM ou angio-TC: fornecem mapeamento detalhado das artérias afetadas[3]
Arteriografia: padrão-ouro, visualiza com precisão a localização e extensão da obstrução[2]
Electrocardiograma: para excluir doenças cardíacas associadas[2]
Maneio em Emergência
O tratamento deve seguir os seguintes passos:
Avaliação rápida e estabelecimento do diagnóstico clínico[4]
Anticoagulação sistémica imediata: bolo de heparina sódica (1 000 UI/kg) seguido de perfusão contínua (24 000 UI/24 h)[4]
Realização de exames pré-operatórios: hemograma, coagulação, bioquímica, ECG e radiografia do tórax[4]
Classificação da isquemia conforme severidade:
Classe 1: sem ameaça imediata
Classe 2A: revascularização necessária
Classe 2B: revascularização urgente
Classe 3: isquemia irreversível, candidata à amputação[4]
Em casos severos (2B), realizar imagem precoce, preferencialmente arteriografia[4]
Definição do tratamento definitivo: anticoagulação, cirurgia aberta (embolectomia ou bypass) ou técnicas endovasculares (trombólise, angioplastia)[4]
É essencial lembrar que a isquemia aguda de extremidades é uma urgência médico‑cirúrgica que exige diagnóstico e tratamento célere para prevenir perda da extremidade e reduzir a mortalidade associada[1][2][4].
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