Impetigo
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O impetigo é uma infeção bacteriana superficial da pele, altamente contagiosa, que afeta principalmente crianças pequenas. Este artigo académico aborda os aspetos-chave desta patologia, incluindo os seus sintomas, sinais clínicos, exame físico, testes diagnósticos e abordagem em contexto de urgência.
Sintomas
O impetigo caracteriza-se pelo aparecimento de lesões cutâneas de evolução rápida. Os principais sintomas incluem:
Prurido e eritema da pele afetada[1][4].
Formação de bolhas ou vesículas com conteúdo líquido[1][2].
Rutura das bolhas, libertando exsudado amarelado ou de cor mel[1][2].
Formação de crostas amareladas ou “melicéricas”[4].
Em casos mais graves, pode haver febre e mal-estar geral[2][3].
Sinais clínicos
Os sinais clínicos mais característicos do impetigo incluem:
Lesões eritematosas que evoluem para vesículas ou pústulas[1][4].
Crostas amareladas ou “melicéricas” sobre as lesões[1][4].
Predileção por áreas expostas, especialmente ao redor do nariz e da boca[1][3].
No impetigo bolhoso, presença de bolhas maiores, principalmente no tronco[3].
Lesões satélite por autoinoculação[1][3].
Exame físico
Durante o exame físico, o médico deve atentar a:
Distribuição e características das lesões cutâneas[5].
Presença de linfadenopatias regionais[2].
Sinais de disseminação ou complicações como celulite[3].
Estado geral do paciente, incluindo presença de febre[2][3].
Fatores predisponentes como outras dermatoses (ex. eczema) ou lesões prévias[3].
Exames diagnósticos
O diagnóstico de impetigo é principalmente clínico, baseado na aparência característica das lesões. No entanto, em casos duvidosos ou resistentes ao tratamento, podem ser realizados os seguintes exames:
Cultura bacteriana das lesões para identificar o agente causal e a sua sensibilidade aos antibióticos[5].
Em casos atípicos ou resistentes, pode considerar-se uma biópsia cutânea[5].
Exames laboratoriais gerais (hemograma, PCR) se houver suspeita de complicações sistémicas[3].
Abordagem em contexto de urgência
O manejo do impetigo no serviço de urgência deve focar-se em:
Avaliação rápida da extensão e gravidade da infeção[5].
Início da terapêutica antibiótica:
Para casos ligeiros ou localizados: antibióticos tópicos como mupirocina ou ácido fusídico[4][5].
Para casos extensos ou com sintomas sistémicos: antibióticos orais (ex. cefalexina, dicloxacilina)[3][5].
Instruções de cuidados domiciliários:
Higiene suave das lesões com água morna e sabão antibacteriano[1][5].
Aplicação de compressas húmidas para remoção de crostas[5].
Cobrir as lesões com pensos não aderentes[5].
Educação para prevenção da transmissão:
Evitar contacto direto com as lesões[1][3].
Não partilhar objetos pessoais[3][5].
Manter as unhas curtas e limpas para evitar autoinoculação[1][3].
Seguimento: marcar reavaliação em 48-72 horas para avaliar a resposta ao tratamento[5].
O impetigo é uma infeção cutânea comum que requer diagnóstico precoce e tratamento adequado para prevenir a sua propagação e possíveis complicações. A abordagem em contexto de emergência deve centrar-se na avaliação clínica, início rápido da terapêutica antibiótica e educação do paciente sobre cuidados das lesões e prevenção da transmissão.
Citações:
[5] https://www.mayoclinic.org/es/diseases-conditions/impetigo/diagnosis-treatment/drc-20352358[6] https://my.clevelandclinic.org/health/diseases/15134-impetigo
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