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Hordeólio Interno (Chalázio)

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



O hordeólio interno, conhecido por chalázio, é uma inflamação crónica, granulomatosa e estéril das glândulas de Meibómio nas pálpebras[1][3]. Ocorre quando o ducto de uma glândula sebácea se obstrui, retendo secreção gordurosa e formando um nódulo palpável na pálpebra[7].


Sintomas


Os principais sintomas incluem:


  • Sensação de corpo estranho no olho[1]


  • Lacrimejamento excessivo[1]


  • Fotossensibilidade intensa[1]


  • Visão turva, sobretudo se o chalázio pressionar o globo ocular[1][7]


  • Sensibilidade ao toque na zona afetada[7]


  • Dor leve, predominante na fase inicial[4][7]


Sinais Clínicos


Na inspeção do chalázio podem observar-se:


  • Nódulo subcutâneo na pálpebra, geralmente com 2–8 mm de diâmetro[6]


  • Lesão bem delimitada, elevada e indolor[6]


  • Consistência firme e indolor à palpação[8]


  • Pode ser único ou múltiplo[6]


  • Por vezes drena através da pele[6]


  • Em alguns casos, nota-se coloração avermelhada ou acinzentada sob a pálpebra[1]


Exame Oftalmológico


A avaliação deve incluir:


  • Observação detalhada da pálpebra e bordo palpebral[3]


  • Eversão da pálpebra para detetar granulomas conjuntivais[6]


  • Avaliação da acuidade visual: chalázios grandes podem alterar o astigmatismo[7]


  • Inspeção da conjuntiva e córnea para excluir complicações conjuntivais ou corneanas[4]


Exames Complementares


O diagnóstico é habitualmente clínico, mas em casos atípicos ou persistentes podem ser necessários:


  • Biópsia: nos chalázios crónicos que não respondem ao tratamento, para excluir tumefações malignas[3][8]


  • Tinte com fluoresceína: para avaliar a integridade da córnea e descartar lesões epiteliais[8]


  • Avaliação de condições subjacentes (blefarite crónica, rosácea), em casos recorrentes ou atípicos[5]


Maneio em Situação de Emergência


Embora rara, a urgência pode incluir:


  1. Avaliar severidade e excluir complicações[4]


  2. Aplicar compressas mornas – 10–15 min, 4×/dia[4][5]


  3. Massagear suavemente a pálpebra para facilitar drenagem[5]


  4. Prescrever pomadas antibióticas tópicas se houver infeção secundária[5]


  5. Orientar sobre higiene palpebral adequada[7][8]


  6. Considerar injeções intralesionais de corticosteróides em casos selecionados[3]


  7. Encaminhar para oftalmologia se houver falha do tratamento conservador após 3 meses[6]


Prognóstico


A maioria dos chalázios resolve-se espontaneamente em 2–8 semanas com tratamento conservador[3]. Em casos persistentes ou recorrentes, recomenda-se encaminhamento para avaliação oftalmológica mais aprofundada e eventual intervenção cirúrgica[6][8].


Citações


 
 
 

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