Hiponatrémia
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A hiponatrémia é a perturbação hidroeletrolítica mais frequente na prática clínica, definida como uma concentração sérica de sódio inferior a 135 mmol/L[3][5]. Este desequilíbrio eletrolítico pode ter consequências graves se não for diagnosticado e tratado adequadamente, sendo crucial compreender as suas manifestações clínicas, métodos de diagnóstico e abordagens terapêuticas.
Sintomas
Os sintomas da hiponatrémia estão principalmente relacionados com a disfunção do sistema nervoso central e variam consoante a gravidade e a rapidez de instalação[8]. Em casos leves ou de evolução gradual, os doentes podem apresentar:
Náuseas
Cefaleia
Confusão
Letargia
Em situações mais graves ou com instalação rápida, podem surgir:
Vómitos
Desorientação
Agitação
Convulsões
Coma
Importa referir que a hiponatrémia crónica pode ser assintomática ou apresentar sinais subtis devido à adaptação cerebral[8].
Sinais clínicos
O exame físico em doentes com hiponatrémia pode revelar diversos sinais, conforme a causa subjacente e gravidade[1][3]:
Alterações do estado mental
Fraqueza muscular
Espasmos ou câimbras musculares
Sinais de hipohidratação ou sobrehidratação, consoante a etiologia
Edema em casos de hiponatrémia hipervolémica
Avaliação clínica
A avaliação do doente com suspeita de hiponatrémia deve incluir:
Anamnese detalhada, incluindo antecedentes médicos, medicação habitual e hábitos de ingestão hídrica[7].
Exame físico completo, com foco no estado neurológico e volémico[3].
Avaliação de sinais vitais, como pressão arterial e frequência cardíaca.
Verificação do estado de hidratação através de mucosas, turgência da pele e pressão venosa jugular[3].
Exames diagnósticos
O diagnóstico baseia-se numa combinação de dados clínicos e laboratoriais[3][5]:
Determinação do sódio sérico (< 135 mmol/L confirma o diagnóstico).
Osmolalidade sérica: diferencia hiponatrémia hipotónica de outras.
Osmolalidade urinária: ajuda a esclarecer a causa subjacente.
Sódio urinário: útil para distinguir causas renais de extrarrenais.
Glicemia: exclui hiponatrémia hiperglicémica.
Perfil lipídico e protéico: para excluir pseudohiponatrémia.
Avaliação da função renal, tiroideia e suprarrenal: para detetar causas endócrinas ou renais[8].
Manejo em urgência
O tratamento depende da gravidade dos sintomas e da rapidez da instalação[1][7]:
Hiponatrémia grave ou sintomática:
Administração IV de soro salino hipertónico (3%).
Monitorização rigorosa do sódio sérico.
Correção lenta e controlada para evitar mielinólise pontina central.
Hiponatrémia moderada ou assintomática:
Restrição hídrica nos casos de SIADH.
Tratamento específico da causa subjacente (ex. ajuste de medicação, gestão de insuficiência cardíaca).
Considerar antagonistas do receptor da vasopressina (vaptanos) em casos selecionados[5].
Em todos os casos:
Monitorização contínua dos sinais vitais e estado neurológico.
Controlo seriado de eletrólitos séricos e balanço hídrico.
Tratamento de complicações como convulsões ou edema cerebral.
É vital evitar a correção demasiado rápida da hiponatrémia — recomenda-se um aumento máximo de 6‑8 mmol/L nas primeiras 24 h[3][5].
A hiponatrémia é uma perturbação eletrolítica frequente e potencialmente grave, exigindo diagnóstico precoce, monitorização rigorosa e um tratamento cuidadosamente terapêutico.
O reconhecimento atempado dos sintomas, a realização de exames adequados e o manejo apropriado em urgência são essenciais para melhorar os prognósticos dos doentes afetados.
Citações
[2]https://www.elsevier.es/es-revista-medicina-integral-63-articulo-un-paciente-con-hiponatremia-10022222
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