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Hipoglicémia

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A hipoglicémia é uma condição médica caracterizada por níveis anormalmente baixos de glicose no sangue, geralmente abaixo de 70 mg/dL[1][2]. Esta condição pode ter várias causas, sendo a mais comum o tratamento da diabetes mellitus com insulina ou hipoglicemiantes orais[3]. No entanto, também pode ocorrer em pessoas sem diabetes devido a outras situações médicas ou fatores externos[4].


Sintomas


Os sintomas surgem geralmente de forma rápida e podem variar em intensidade. Os mais comuns incluem:


  • Tremores


  • Sudorese


  • Ansiedade ou nervosismo


  • Irritabilidade


  • Tonturas


  • Fome


  • Náuseas


  • Palpitações ou taquicardia


  • Dificuldade em concentrar-se


  • Visão turva[1][2][3]


Em casos mais graves, podem ocorrer:


  • Confusão


  • Comportamento alterado


  • Dificuldade em falar


  • Convulsões


  • Perda de consciência[2][3]


Sinais clínicos


Durante um episódio de hipoglicémia, podem observar-se:


  • Palidez


  • Sudorese intensa


  • Tremor fino


  • Taquicardia


  • Alteração do nível de consciência


  • Pupilas dilatadas


  • Pele fria e húmida[1][3]


Avaliação clínica


O exame físico de um paciente com suspeita de hipoglicémia deve incluir:


  • Avaliação do nível de consciência


  • Sinais vitais (frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura)


  • Exame neurológico básico


  • Avaliação do estado de hidratação


  • Investigação de sinais de condições subjacentes que possam causar hipoglicémia[5]


Exames complementares


O diagnóstico baseia-se na tríade de Whipple:


  1. Sintomas compatíveis com hipoglicémia


  2. Nível baixo de glicose no sangue


  3. Resolução dos sintomas após administração de glicose[1][5]


Exames a realizar:


  • Medição de glicemia capilar (glicómetro)


  • Determinação da glicemia venosa


  • Análises sanguíneas incluindo insulina, peptídeo C e glucagon


  • Funções hepática e renal


  • Medição de hormonas como o cortisol e hormona do crescimento[5][6]


Em casos de hipoglicémia recorrente ou sem causa aparente, podem ser necessárias investigações complementares, como jejum prolongado ou exames de imagem para excluir tumores pancreáticos[5].


Gestão em urgência


O tratamento deve ser rápido e eficaz:


  • Confirmar glicemia, se possível.


  • Se paciente consciente e capaz de engolir:


    • Administrar 15–20 g de hidratos de carbono de rápido efeito (sumo, comprimidos de glicose, rebuçados)[1][3]


    • Reevaluar a glicemia ao fim de 15 minutos e repetir se necessário.


  • Se paciente inconsciente ou incapaz de engolir:


    • Administrar glucagon intramuscular ou subcutâneo (1 mg em adultos, 0,5 mg em crianças)[3][7]


    • Alternativamente, administrar glucose a 10 % por via intravenosa (2,5 ml/kg)[5].


Após a recuperação, deve fornecer-se uma refeição com hidratos de carbono complexos para prevenir recorrências[3]. Também é essencial investigar a causa subjacente da hipoglicémia e ajustar o tratamento conforme necessário[4].


O reconhecimento precoce e o tratamento adequado da hipoglicémia são cruciais para evitar complicações graves. A educação do paciente e cuidadores sobre sintomas e gestão é fundamental, especialmente em pessoas com diabetes ou com risco de episódios recorrentes[2][3].


Citações


 
 
 

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