Hiperventilação
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A hiperventilação é um padrão respiratório caracterizado pelo aumento da frequência e/ou profundidade respiratória acima das necessidades metabólicas do organismo, resultando numa diminuição do CO₂ sanguíneo (hipocapnia)[1][2]. Pode ser aguda ou crónica, associando-se a diversas condições médicas ou psicológicas.
Sintomas
Os sintomas são variados e afetam vários sistemas:
Tonturas e sensação de instabilidade
Formigueiro nas extremidades
Palpitações
Dificuldade respiratória
Dor torácica
Ansiedade e sensação de pânico
Fadiga
Cefaleia
Em casos graves, pode originar síncope e convulsões[1][3].
Sinais clínicos
Durante um episódio de hiperventilação, podem surgir sinais como:
Taquipneia (respiração rápida)
Respiração profunda e acelerada
Uso de músculos acessórios da respiração
Tetania periférica (rígidez dos dedos ou braços)
Espasmo carpopedal
Agitação e ansiedade visível
Palidez ou rubor facial
A apresentação varia conforme a causa e duração do episódio[1][3].
Exame físico
No exame, deves incluir:
Avaliação do padrão respiratório
Auscultação pulmonar
Avaliação do estado mental e nível de ansiedade
Exame neurológico para detetar parestesias ou tetania
Avaliação cardiovascular (frequência cardíaca e pressão arterial)
O exame pulmonar costuma ser normal nos casos de hiperventilação psicogénica[3].
Exames complementares
O diagnóstico é sobretudo clínico, mas podem realizar-se exames para excluir outras patologias:
Oximetria de pulso: normalmente saturação ≈ 100 %[3]
Radiografia torácica: para excluir causas pulmonares[3]
Electrocardiograma: para avaliar possíveis alterações cardíacas[3]
Gasometria arterial: pode mostrar alcalose respiratória e hipocapnia[2]
Provas de função pulmonar: para excluir doenças respiratórias[1]
Capnografia: mede CO₂ alveolar final[1]
Em alguns casos, pode ser necessário fazer uma angiografia pulmonar por TC para excluir embolia pulmonar[3].
Maneio em Emergência
O tratamento deve incluir:
Exclusão de causas orgânicas graves
Tranquilização do paciente e ambiente calmo
Técnicas de controlo respiratório:
Respiração com lábios franzidos
Respiração diafragmática
Reinalação controlada de CO₂ com bolsa (sob supervisão médica)[2][3]
Administração de ansiolíticos se necessário, sobretudo em casos de ansiedade severa ou ataques de pânico[3]
Correção de desequilíbrios eletrolíticos se presentes
Educação do paciente sobre a natureza benigna dos sintomas e técnicas de controlo
É essencial um diagnóstico diferencial adequado para não negligenciar condições graves que podem apresentar hiperventilação[2][3].
A hiperventilação é um transtorno complexo que requer avaliação e tratamento integrados. O reconhecimento precoce dos sintomas e sinais, conjugado com um maneio apropriado, pode prevenir complicações e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
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