Hiperpotasémia
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A hiperpotasémia, definida como uma concentração sérica de potássio superior a 5,5 mEq/L, é uma perturbação eletrolítica frequente e potencialmente fatal nos serviços de urgência[1][5]. A sua gestão exige uma avaliação completa e intervenção imediata para prevenir complicações graves.
Sintomas
Os sintomas da hiperpotasémia são predominantemente inespecíficos e podem desenvolver-se de forma lenta ao longo de semanas ou meses, incluindo:
Fraqueza muscular
Fadiga extrema
Palpitações
Náuseas ou vómitos
Dificuldade respiratória[4][9]
Importa salientar que a hiperpotasémia pode ser assintomática, sobretudo em casos leves a moderados[1][9].
Sinais clínicos
Os sinais potencialmente observados incluem:
Bradicardia
Pulso fraco ou irregular
Paralisia muscular ascendente (em casos graves)
Colapso cardiovascular súbito (em hiperpotasémia severa)[3][4]
Exame físico
O exame deve focar-se em:
Avaliação do estado volémico
Investigação de sinais de insuficiência renal
Avaliação neurológica e muscular
Auscultação cardíaca para deteção de arritmias[7]
Exames diagnósticos
O diagnóstico baseia-se em:
Medição sérica de potássio
Electrocardiograma (ECG) de 12 derivações
Alterações típicas no ECG:
Ondas T altas e picudas
Prolongamento do intervalo PR
Alargamento do complexo QRS
Ausência da onda P
Padrão sinusal em casos graves[1][3][5]
Exames complementares:
Eletrólitos séricos
Função renal (creatinina, azoto ureico)
Gasometria arterial para avaliação do equilíbrio ácido-base[7]
Manejo em urgência
A abordagem depende da gravidade e das alterações no ECG:
Proteção cardíaca:
Calcio intravenoso (10 mL de cloreto de cálcio a 10% ou 30 mL de gluconato de cálcio a 10%)[8]
Redistribuição do potássio para o espaço intracelular:
Insulina com glucose: 10 UI de insulina regular com 25 g de glucose IV em 15–30 min
Salbutamol nebulizado: 10–20 mg[8]
Eliminação do excesso de potássio:
Diuréticos de alça ou tiazídicos em doentes não desidratados
Resinas de troca catiônica (uso em declínio)
Novos trocadores gastrointestinal como ciclossilicato de sódio-césio e patirmómero[1][8]
Hemodiálise:
Indicada em casos graves refratários ao tratamento médico ou em insuficiência renal grave[1][5]
É essencial monitorizar continuamente o ECG e os níveis séricos de potássio e glucose durante o tratamento[8]. Deve ainda ser identificada e tratada a causa subjacente da hiperpotasémia para prevenir recidivas[7].
ConclusãoA gestão eficaz da hiperpotasémia em urgência exige um protocolo estruturado que integre avaliação clínica, exames fundamentais e tratamento rápido e específico. A colaboração multidisciplinar é crucial para otimizar o cuidado e melhorar os resultados a longo prazo[1].
Citações
[5]https://www.msdmanuals.com/es-ec/hogar/trastornos-hormonales-y-metabólicos/equilibrio-electrolítico/hiperpotasemia-concentración-alta-de-potasio-en-la-sangre
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