Hipernatrémia
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A hipernatrémia define-se como uma concentração sérica de sódio superior a 145 mEq/L, refletindo um défice de água corporal total em relação ao conteúdo total de sódio no organismo[2][4]. Esta condição pode ter consequências graves se não for tratada adequadamente, especialmente em populações vulneráveis como crianças, idosos e pacientes com alterações neurológicas[4].
Sintomas
Os sintomas da hipernatrémia são maioritariamente neurológicos, devido ao deslocamento osmótico da água para fora das células cerebrais[2]. Os pacientes podem apresentar:
Sede intensa
Irritabilidade
Letargia
Fraqueza
Confusão
Alterações do estado mental
Nos casos graves, podem surgir:
Delírio
Convulsões
Coma[2][4][5]
Importa salientar que os sintomas podem ser inespecíficos nos idosos[5].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos variam consoante a gravidade e a causa subjacente:
Sinais de desidratação (mucosas secas, diminuição da turgência cutânea)
Taquicardia
Hipotensão
Redução da pressão venosa central
Oligúria ou poliúria (dependendo da etiologia)
Hiperreflexia
Espasticidade
Contraturas musculares[1][4][5]
Em casos de hipernatrémia grave (>160 mEq/L), especialmente em idosos, podem surgir complicações neurológicas severas como trombose dos seios venosos cerebrais e hemorragias intraparenquimatosas ou subaracnoideias[4].
Avaliação Clínica
A avaliação inicial deve incluir:
Avaliação do estado de consciência
Medição de sinais vitais (frequência cardíaca, tensão arterial, frequência respiratória)
Avaliação do estado de hidratação
Exame neurológico completo
Determinação do peso corporal (para avaliar alterações)
Pesquisa de sinais de desidratação tecidular (frieza cutânea, obnubilação, sinal da prega)[1][4]
Exames Diagnósticos
O diagnóstico baseia-se na medição da concentração sérica de sódio. Outros exames complementares incluem:
Bioquímica sanguínea completa: sódio, potássio, cloro, ureia, creatinina, cálcio, proteínas totais
Osmolalidade sérica
Hemograma completo
Análise de urina: sódio, potássio, ureia, creatinina e osmolalidade
Gasometria venosa
Eletrocardiograma
Radiografia torácica (se indicado o internamento)
TAC craniano (em presença de sintomas neurológicos significativos)[4][5]
A avaliação do volume urinário, da osmolalidade urinária e da taxa de excreção de osmóis é fundamental para determinar a causa subjacente da hipernatrémia[5].
Tratamento de Emergência
O tratamento da hipernatrémia em contexto de urgência centra-se na correção gradual do défice hídrico:
Avaliação e estabilização inicial: ABC (vias aéreas, respiração, circulação)
Cálculo do défice de água =
(Nota: fórmula não fornecida no original, poderá ser acrescentada se desejado)
Correção do défice de volume (se presente) com solução salina isotónica
Administração de líquidos hipotónicos (água livre) para corrigir a hipernatrémia:
Por via oral, se possível
Solução glicosada a 5% ou solução salina a 0,45% por via intravenosa
Monitorização frequente de eletrólitos séricos e estado neurológico
Correção lenta: não exceder 10-12 mEq/L em 24 horas para evitar edema cerebral
Tratamento da causa subjacente[2][4][5]
É essencial identificar e tratar os fatores precipitantes para prevenir recorrências. O tratamento deve ser individualizado, tendo em conta a gravidade, duração e causa da hipernatrémia.
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