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Hipernatrémia

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A hipernatrémia define-se como uma concentração sérica de sódio superior a 145 mEq/L, refletindo um défice de água corporal total em relação ao conteúdo total de sódio no organismo[2][4]. Esta condição pode ter consequências graves se não for tratada adequadamente, especialmente em populações vulneráveis como crianças, idosos e pacientes com alterações neurológicas[4].


Sintomas


Os sintomas da hipernatrémia são maioritariamente neurológicos, devido ao deslocamento osmótico da água para fora das células cerebrais[2]. Os pacientes podem apresentar:


  • Sede intensa


  • Irritabilidade


  • Letargia


  • Fraqueza


  • Confusão


  • Alterações do estado mental


Nos casos graves, podem surgir:


  • Delírio


  • Convulsões


  • Coma[2][4][5]


Importa salientar que os sintomas podem ser inespecíficos nos idosos[5].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos variam consoante a gravidade e a causa subjacente:


  • Sinais de desidratação (mucosas secas, diminuição da turgência cutânea)


  • Taquicardia


  • Hipotensão


  • Redução da pressão venosa central


  • Oligúria ou poliúria (dependendo da etiologia)


  • Hiperreflexia


  • Espasticidade


  • Contraturas musculares[1][4][5]


Em casos de hipernatrémia grave (>160 mEq/L), especialmente em idosos, podem surgir complicações neurológicas severas como trombose dos seios venosos cerebrais e hemorragias intraparenquimatosas ou subaracnoideias[4].


Avaliação Clínica


A avaliação inicial deve incluir:


  • Avaliação do estado de consciência


  • Medição de sinais vitais (frequência cardíaca, tensão arterial, frequência respiratória)


  • Avaliação do estado de hidratação


  • Exame neurológico completo


  • Determinação do peso corporal (para avaliar alterações)


  • Pesquisa de sinais de desidratação tecidular (frieza cutânea, obnubilação, sinal da prega)[1][4]


Exames Diagnósticos


O diagnóstico baseia-se na medição da concentração sérica de sódio. Outros exames complementares incluem:


  • Bioquímica sanguínea completa: sódio, potássio, cloro, ureia, creatinina, cálcio, proteínas totais


  • Osmolalidade sérica


  • Hemograma completo


  • Análise de urina: sódio, potássio, ureia, creatinina e osmolalidade


  • Gasometria venosa


  • Eletrocardiograma


  • Radiografia torácica (se indicado o internamento)


  • TAC craniano (em presença de sintomas neurológicos significativos)[4][5]


A avaliação do volume urinário, da osmolalidade urinária e da taxa de excreção de osmóis é fundamental para determinar a causa subjacente da hipernatrémia[5].


Tratamento de Emergência


O tratamento da hipernatrémia em contexto de urgência centra-se na correção gradual do défice hídrico:


  • Avaliação e estabilização inicial: ABC (vias aéreas, respiração, circulação)


  • Cálculo do défice de água =


(Nota: fórmula não fornecida no original, poderá ser acrescentada se desejado)


  • Correção do défice de volume (se presente) com solução salina isotónica


  • Administração de líquidos hipotónicos (água livre) para corrigir a hipernatrémia:


    • Por via oral, se possível


    • Solução glicosada a 5% ou solução salina a 0,45% por via intravenosa


  • Monitorização frequente de eletrólitos séricos e estado neurológico


  • Correção lenta: não exceder 10-12 mEq/L em 24 horas para evitar edema cerebral


  • Tratamento da causa subjacente[2][4][5]


É essencial identificar e tratar os fatores precipitantes para prevenir recorrências. O tratamento deve ser individualizado, tendo em conta a gravidade, duração e causa da hipernatrémia.


Citações


 
 
 

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