Herpes Zoster
- EmergenciasUNO
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O herpes zóster é uma infeção viral causada pela reativação do vírus varicela-zóster (VVZ), que permanece latente nos gânglios sensitivos após uma infeção primária por varicela[1][3]. Este artigo académico aborda os aspetos essenciais do herpes zóster, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame físico, provas diagnósticas e abordagem em contexto de emergência.
Sintomas
Os sintomas do herpes zóster costumam iniciar-se com uma fase prodrómica, caracterizada por:
Dor, ardor ou formigueiro na área afetada[1]
Sensibilidade ao toque[1]
Febrícula, cefaleia e mal-estar geral[4]
Estes sintomas prodrómicos geralmente precedem a erupção cutânea entre 48 e 72 horas, podendo, em alguns casos, surgir até uma semana antes[4].
Sinais clínicos
Os sinais clínicos mais típicos do herpes zóster incluem:
Erupção cutânea unilateral seguindo a distribuição de um dermátomo[1][2]
Vesículas agrupadas sobre uma base eritematosa[1][2]
Progressão das lesões durante 3 a 5 dias[2]
Formação de crostas e resolução em 2 a 4 semanas[2]
Importa salientar que, geralmente, as lesões não ultrapassam a linha média do corpo e são mais comuns no tronco ou na face[1][2].
Exame físico
Durante a observação clínica, o médico deve avaliar:
A distribuição e as características das lesões cutâneas[2]
A presença de sinais de complicações, como o herpes zóster oftálmico[1]
O estado geral do doente, incluindo sinais vitais e estado neurológico[2]
Em casos de herpes zóster oftálmico, deve-se ter atenção especial à presença de vesículas na ponta do nariz (sinal de Hutchinson), que indica maior risco de envolvimento ocular grave[3].
Provas diagnósticas
Embora o diagnóstico do herpes zóster seja essencialmente clínico, nos casos de dúvida podem realizar-se os seguintes exames:
Citodiagnóstico de Tzanck: teste rápido mas inespecífico[4]
Cultura viral: técnica mais específica mas de difícil acesso[4]
Deteção de antigénio viral por imunofluorescência[4]
PCR para deteção de ADN viral: útil em casos de zóster sine herpete[4]
Análise serológica de anticorpos: para confirmação retrospetiva[4]
Abordagem em emergências
A abordagem ao herpes zóster em contexto de urgência deve centrar-se em:
Início precoce do tratamento antiviral, idealmente nas primeiras 72 horas após o início da erupção[8]
Escolha do antiviral adequado (aciclovir, valaciclovir ou fanciclovir)[5][8]
Controlo da dor aguda com analgésicos apropriados[8]
Avaliação de possíveis complicações, especialmente em doentes imunocomprometidos[5]
Encaminhamento para especialistas em casos de herpes zóster oftálmico ou disseminado[5]
Em doentes imunocomprometidos ou com complicações graves, deve-se considerar o tratamento com aciclovir intravenoso[5][6].
O reconhecimento precoce e a abordagem adequada do herpes zóster em ambiente de emergência são cruciais para reduzir a gravidade da doença, prevenir complicações e melhorar o prognóstico do doente. O tratamento antiviral iniciado precocemente, juntamente com um controlo eficaz da dor, constitui a base da terapêutica durante a fase aguda da infeção.
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