Hepatite A
- EmergenciasUNO
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A hepatite A é uma infeção viral aguda que afeta o fígado, causada pelo vírus da hepatite A (VHA). É uma das formas mais comuns de hepatite viral e transmite‑se principalmente por via fecal‑oral. Este artigo oferece uma revisão académica dos aspetos chave da hepatite A, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame, testes diagnósticos e abordagem em urgência.
Sintomas
Os sintomas surgem geralmente entre 2 a 6 semanas após a exposição ao vírus[3]. A apresentação clínica pode variar de assintomática (especialmente em crianças < 6 anos) a doença sintomática de várias semanas de duração[4]. Os sintomas mais frequentes incluem:
Fadiga e fraqueza invulgares
Náuseas e vómitos
Perda de apetite
Febre baixa
Dor abdominal, especialmente no quadrante superior direito
Urina escura
Icterícia (pele e olhos amarelados)
Prurido generalizado[1][3][4]
Cerca de 70% das crianças < 6 anos não apresentam sintomas, e quando os têm, raramente desenvolvem icterícia[4].
Sinais Clínicos
Podem incluir:
Icterícia visível nas escleróticas e pele
Hepatomegalia
Dor à palpação no quadrante superior direito
Colúria (urina escura)
Acolia (fezes pálidas)[1][3][4]
Exame Físico
Deve incluir:
Avaliação da coloração da pele e escleróticas para detetar icterícia
Palpação abdominal para hepatomegalia e dor localizada
Avaliação do estado mental para excluir encefalopatia hepática
Pesquisa de sinais de desidratação devido a vómitos ou diarreia[2][4]
Testes Diagnósticos
O diagnóstico baseia-se em achados clínicos e testes laboratoriais:
Testes de função hepática: ALT, AST, bilirrubina, fosfatase alcalina
Testes serológicos: detecção de IgM e IgG anti‑VHA
Tempo de protrombina para avaliar coagulação
Hemograma completo
Testes de função renal e eletrólitos[2][3][4]
A presença de IgM anti‑VHA confirma uma infeção aguda por hepatite A[4].
Gestão em Urgências
A abordagem em urgência concentra‑se na avaliação inicial, tratamento sintomático e prevenção de complicações:
Avaliação inicial:
ABC (vias aérea, respiração, circulação)
Monitorização de sinais vitais
Avaliação do estado mental
Tratamento sintomático:
Hidratação IV em caso de vómitos persistentes ou desidratação
Controlo de náuseas e vómitos
Gestão da dor e febre
Medidas gerais:
Repouso e abstinência de álcool
Evitar medicamentos hepatotóxicos, incluindo paracetamol
Criterios de internamento:
Sinais de falência hepática (protrombina < 50%, encefalopatia)
Vómitos persistentes
Bilirrubina total > 20 mg/dl
Elevação importante das enzimas colestáticas[5]
Prevenção de transmissão:
Educação sobre higiene e lavagem das mãos
Considerar imunoglobulina em contactos próximos
Não existe tratamento específico para hepatite A, e a maioria dos doentes recupera completamente sem sequelas a longo prazo[3][4].
A hepatite A é uma infeção viral aguda que exige diagnóstico exato e abordagem adequada em urgência. Apesar da maioria dos casos ser autolimitada, é essencial identificar precocemente possíveis complicações e implementar medidas preventivas para evitar a transmissão.
Citações
Comentarios