Hepatite
- EmergenciasUNO
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A hepatite, definida como inflamação do fígado, é uma condição com múltiplas etiologias, incluindo infeções virais, toxinas, medicamentos e processos autoimunes[1][2]. Este artigo oferece uma revisão académica dos aspetos centrais da hepatite — sintomas, sinais clínicos, exame, testes diagnósticos e abordagem em urgência.
Sintomas
Os sintomas da hepatite variam de ligeiros a graves e podem incluir:
Fadiga e cansaço generalizado
Febre baixa
Náuseas e vómitos
Perda de apetite
Dor ou desconforto no quadrante superior direito do abdómen
Icterícia (pele e olhos amarelados)
Urina escura e fezes acinzentadas
Prurido generalizado[1][2][3]
É importante notar que alguns doentes, nomeadamente com hepatite B ou C crónica, podem ser assintomáticos nas fases iniciais[5].
Sinais Clínicos
Os achados clínicos possíveis incluem:
Icterícia evidente na esclerótica e na pele
Hepatomegalia
Esplenomegalia
Ascite
Sinais de encefalopatia hepática em casos graves[1][5]
Exame Físico
O exame deve incluir:
Avaliação da coloração da pele e olhos
Palpação abdominal para detectar hepatomegalia ou esplenomegalia
Pesquisa de ascite
Avaliação do estado mental para excluir encefalopatia
Observação de sinais de coagulopatia, como petéquias ou equimoses[5][11]
Testes Diagnósticos
O diagnóstico orienta-se por achados clínicos e análises laboratoriais:
Testes de função hepática: ALT, AST, bilirrubina, fosfatase alcalina, albumina
Testes serológicos de hepatite: HBsAg, anti-HBc, anti-HBs (hepatite B); anti-VHC (hepatite C)
Testes moleculares: PCR para ARN-VHC ou ADN-VHB
Estudo imagiológico: ecografia abdominal, TC ou RM
Biópsia hepática, em casos selecionados[5][6][9]
Manejo em Urgências
Na urgência, o objetivo é estabilizar o paciente e identificar complicações graves:
Avaliação inicial e estabilização:
ABC (vias aérea, respiração, circulação)
Monitorização de sinais vitais
Avaliação do estado mental
Investigações laboratoriais:
Função hepática
Hemograma completo
Provas de coagulação
Eletrólitos séricos
Níveis de paracetamol (suspeita de toxicidade)
Abordagem sintomática:
Hidratação intravenosa
Controlo das náuseas e vómitos
Gestão da dor
Tratamento específico:
N‑acetilcisteína em casos de intoxicação por paracetamol
Antivirais em formas agudas graves de hepatite viral
Identificação e gestão de complicações:
Encefalopatia hepática
Coagulopatia
Insuficiência hepática aguda
Consulta com especialista em gastroenterologia ou hepatologia.Considerar transferência para centro de transplante hepático em casos de falência aguda[8][11].
A hepatite é uma condição complexa que exige uma abordagem integral. O reconhecimento precoce de sinais e sintomas, associado a diagnóstico correto e tratamento eficaz na urgência, é vital para melhorar os desfechos dos pacientes.
Citações
[7] https://www.msdmanuals.com/es/hogar/trastornos-del-hígado-y-de-la-vesícula-biliar/hepatitis/introducción-a-la-hepatitis-vírica-aguda
[9]https://seimc.org/contenidos/documentoscientificos/procedimientosmicrobiologia/seimc-procedimientomicrobiologia50.pdf
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