Hemorragia Vaginal
- EmergenciasUNO
- 23 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A hemorragia vaginal anómala é uma condição ginecológica frequente que pode afetar mulheres de todas as idades. Este artigo académico aborda os aspetos principais desta patologia, incluindo sintomas, sinais clínicos, exploração, exames complementares de diagnóstico e abordagem em contexto de urgência.
Sintomas
Os sintomas da hemorragia vaginal anómala podem variar amplamente, incluindo:
Hemorragia ou spotting entre menstruações[1][4]
Hemorragia pós-coital[1][4]
Sangramento menstrual abundante, podendo incluir eliminação de coágulos volumosos[1][4]
Menstruações com duração superior a 7 dias[4]
Ciclos menstruais irregulares, com intervalos inferiores a 24 dias ou superiores a 35 dias[3][4]
Sangramento pós-menopáusico[1][4]
Algumas mulheres podem ainda apresentar sintomas associados como mastalgia, cólicas e distensão abdominal[3].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos da hemorragia vaginal anómala podem incluir:
Palidez cutâneo-mucosa, sugestiva de anemia[2]
Sinais de hipovolemia em casos de hemorragia profusa, como hipotensão e taquicardia[2]
Presença de sangue na roupa íntima ou pensos higiénicos[1]
Em casos graves, sinais de choque hipovolémico[1]
Exploração
A avaliação física é essencial para o diagnóstico e deve contemplar:
Exame pélvico completo[1][3]
Inspeção dos genitais externos, vulva, reto e uretra[2]
Avaliação com espéculo da vagina e exocérvix[2]
Toque bimanual para avaliação do útero e anexos[2]
Durante a exploração, deve-se pesquisar lesões por atrofia, traumatismos, infeções, corpos estranhos e/ou tumores[2].
Exames Complementares de Diagnóstico
As investigações diagnósticas podem incluir:
Teste de gravidez em todas as mulheres em idade fértil[1][3]
Hemograma completo com contagem de plaquetas[1][2]
Estudo da coagulação[1][2]
Ecografia pélvica, preferencialmente transvaginal[2][3]
Dosagem hormonal (estrogénios, progesterona, hormonas tiroideias, prolactina)[3]
Citologia cervical e/ou teste de rastreio ao vírus do papiloma humano (HPV)[3]
Biópsia endometrial em casos selecionados[3][4]
Poderão ser necessários exames adicionais como histeroscopia ou ressonância magnética[3][5].
Abordagem em Situações de Emergência
A abordagem na urgência para a hemorragia vaginal anómala deve seguir os seguintes passos:
Avaliação inicial da estabilidade hemodinâmica da paciente[1][2]
Em caso de hemorragia intensa ou sinais de hipovolemia, iniciar reposição volémica e considerar transfusão sanguínea, se indicado[2]
Realizar uma anamnese detalhada e exame físico completo[1][2]
Solicitar exames de urgência: hemograma, coagulação, teste de gravidez e ecografia pélvica[1][2][3]
Início do tratamento específico conforme etiologia:
Tratamento hormonal para controlo da hemorragia[4]
Antibióticos se existir infeção[2]
Abordagem cirúrgica urgente em caso de patologia orgânica que o exija[2]
Determinar se a doente necessita de internamento hospitalar ou se pode ser gerida em ambulatório[2].
É fundamental lembrar que qualquer mulher com hemorragia uterina anómala deve ser avaliada clinicamente[5]. O tratamento individualizado, tendo em conta a idade da paciente e os seus desejos reprodutivos, é essencial para uma gestão eficaz[5].
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