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Hemorragia Uterina Anómala NÃO relacionada com Gravidez ou com o Ciclo Menstrual

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A hemorragia uterina anómala não associada à gravidez nem ao ciclo menstrual normal é uma condição ginecológica comum, com uma prevalência estimada de 30%[6]. Este artigo aborda os principais aspetos desta patologia, incluindo manifestações clínicas, avaliação diagnóstica e abordagem inicial em contexto de urgência.


Sintomas


Os sintomas da hemorragia uterina anómala incluem:


  • Hemorragia ou spotting vaginal entre períodos menstruais[5]


  • Menstruações com intervalos inferiores a 28 dias ou superiores a 35 dias[5]


  • Variação mensal na regularidade dos ciclos[5]


  • Hemorragia mais intensa do que o habitual (expulsão de coágulos grandes, necessidade de trocar pensos durante a noite, saturação de um penso higiénico ou tampão a cada hora durante 2-3 horas consecutivas)[5]


  • Duração superior a 7 dias[5]


  • Hemorragia pós-menopáusica[3]


  • Hemorragia pós-coital[1][3]


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos variam consoante a etiologia subjacente e podem incluir:


  • Palidez cutâneo-mucosa, sugestiva de anemia[1][2]


  • Sinais de instabilidade hemodinâmica em casos graves (taquicardia, hipotensão)[1][2]


  • Presença de hematomas ou petéquias, sugestivos de coagulopatias[4]


  • Hirsutismo e obesidade, indicativos de possíveis distúrbios endócrinos como síndrome dos ovários poliquísticos[1]


Exploração


A avaliação física deve incluir:


  • Monitorização dos sinais vitais para exclusão de instabilidade hemodinâmica[2]


  • Exame abdominal para deteção de massas, dor ou sinais de irritação peritoneal[2]


Exploração ginecológica completa:


  • Inspeção dos genitais externos, vulva, vagina e colo do útero com espéculo[2]


  • Toque bimanual para avaliar tamanho e consistência uterina e anexos[2][4]


Exames Diagnósticos


Os exames recomendados incluem:


  • Teste de gravidez em todas as mulheres em idade fértil[1][4]


  • Hemograma completo para avaliação de anemia e contagem plaquetária[1][4][5]


  • Provas de coagulação[4][5]


  • Ecografia pélvica transvaginal[1][4]


  • Biópsia endometrial em pacientes com fatores de risco para hiperplasia ou carcinoma endometrial[1][4]


  • Avaliação hormonal (FSH, LH, prolactina, androgénios) se houver suspeita de disfunção ovulatória[4][5]


  • Função tiroideia[4][5]


  • Citologia cervical (Papanicolau) e teste para HPV[4]


Em casos selecionados, poderão ser necessários exames adicionais como histeroscopia, ressonância magnética ou laparoscopia[4][6].


Abordagem em Situações de Emergência


A gestão inicial na urgência deve centrar-se em:


Avaliação da estabilidade hemodinâmica e reanimação, se necessário[1][2]

Controlo da hemorragia ativa:


  • Considerar antifibrinolíticos como ácido tranexâmico[1]


  • Terapêutica hormonal com estrogénios em altas doses ou contracetivos orais combinados[1]


Tratamento da anemia:


  • Suplementação com ferro por via oral ou intravenosa[4]


  • Transfusão sanguínea em casos de anemia severa ou instabilidade hemodinâmica[1]


Gestão da dor, se presenteInício da investigação com os exames acima referidosEncaminhamento para ginecologia para seguimento e tratamento definitivo[4]


É fundamental recordar que a hemorragia uterina anómala pode ser a manifestação de condições graves, como neoplasias ginecológicas ou distúrbios hematológicos[1][3]. Por conseguinte, uma avaliação rigorosa e acompanhamento adequado são essenciais para garantir um diagnóstico preciso e tratamento eficaz.


Citações


 
 
 

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