Hemorragia Uterina Anómala NÃO relacionada com Gravidez ou com o Ciclo Menstrual
- EmergenciasUNO
- 23 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A hemorragia uterina anómala não associada à gravidez nem ao ciclo menstrual normal é uma condição ginecológica comum, com uma prevalência estimada de 30%[6]. Este artigo aborda os principais aspetos desta patologia, incluindo manifestações clínicas, avaliação diagnóstica e abordagem inicial em contexto de urgência.
Sintomas
Os sintomas da hemorragia uterina anómala incluem:
Hemorragia ou spotting vaginal entre períodos menstruais[5]
Menstruações com intervalos inferiores a 28 dias ou superiores a 35 dias[5]
Variação mensal na regularidade dos ciclos[5]
Hemorragia mais intensa do que o habitual (expulsão de coágulos grandes, necessidade de trocar pensos durante a noite, saturação de um penso higiénico ou tampão a cada hora durante 2-3 horas consecutivas)[5]
Duração superior a 7 dias[5]
Hemorragia pós-menopáusica[3]
Hemorragia pós-coital[1][3]
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos variam consoante a etiologia subjacente e podem incluir:
Palidez cutâneo-mucosa, sugestiva de anemia[1][2]
Sinais de instabilidade hemodinâmica em casos graves (taquicardia, hipotensão)[1][2]
Presença de hematomas ou petéquias, sugestivos de coagulopatias[4]
Hirsutismo e obesidade, indicativos de possíveis distúrbios endócrinos como síndrome dos ovários poliquísticos[1]
Exploração
A avaliação física deve incluir:
Monitorização dos sinais vitais para exclusão de instabilidade hemodinâmica[2]
Exame abdominal para deteção de massas, dor ou sinais de irritação peritoneal[2]
Exploração ginecológica completa:
Inspeção dos genitais externos, vulva, vagina e colo do útero com espéculo[2]
Toque bimanual para avaliar tamanho e consistência uterina e anexos[2][4]
Exames Diagnósticos
Os exames recomendados incluem:
Teste de gravidez em todas as mulheres em idade fértil[1][4]
Hemograma completo para avaliação de anemia e contagem plaquetária[1][4][5]
Provas de coagulação[4][5]
Ecografia pélvica transvaginal[1][4]
Biópsia endometrial em pacientes com fatores de risco para hiperplasia ou carcinoma endometrial[1][4]
Avaliação hormonal (FSH, LH, prolactina, androgénios) se houver suspeita de disfunção ovulatória[4][5]
Função tiroideia[4][5]
Citologia cervical (Papanicolau) e teste para HPV[4]
Em casos selecionados, poderão ser necessários exames adicionais como histeroscopia, ressonância magnética ou laparoscopia[4][6].
Abordagem em Situações de Emergência
A gestão inicial na urgência deve centrar-se em:
Avaliação da estabilidade hemodinâmica e reanimação, se necessário[1][2]
Controlo da hemorragia ativa:
Considerar antifibrinolíticos como ácido tranexâmico[1]
Terapêutica hormonal com estrogénios em altas doses ou contracetivos orais combinados[1]
Tratamento da anemia:
Suplementação com ferro por via oral ou intravenosa[4]
Transfusão sanguínea em casos de anemia severa ou instabilidade hemodinâmica[1]
Gestão da dor, se presenteInício da investigação com os exames acima referidosEncaminhamento para ginecologia para seguimento e tratamento definitivo[4]
É fundamental recordar que a hemorragia uterina anómala pode ser a manifestação de condições graves, como neoplasias ginecológicas ou distúrbios hematológicos[1][3]. Por conseguinte, uma avaliação rigorosa e acompanhamento adequado são essenciais para garantir um diagnóstico preciso e tratamento eficaz.
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