Hemorragia Subaracnoideia
- EmergenciasUNO
- 19 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A hemorragia subaracnoideia (HSA) é uma emergência médica potencialmente fatal, caracterizada por sangramento no espaço entre o cérebro e a membrana que o envolve, conhecido como espaço subaracnoideu[1][2]. Esta condição representa um desafio significativo tanto para o diagnóstico como para o tratamento, exigindo uma intervenção rápida e multidisciplinar para melhorar o prognóstico do doente.
Sintomas
O sintoma cardinal da HSA é uma cefaleia súbita e intensa, frequentemente descrita pelos doentes como “a pior dor de cabeça da sua vida”[3][4]. Esta cefaleia, muitas vezes referida como “cefaleia em trovoada”, atinge a sua intensidade máxima em segundos[1]. Outros sintomas comuns incluem:
Náuseas e vómitos
Rigidez da nuca
Fotofobia
Alterações visuais, incluindo diplopia
Confusão ou diminuição do nível de consciência
Convulsões
Sinais Clínicos
O exame físico pode revelar vários sinais clínicos indicativos de HSA:
Redução do nível de consciência ou coma
Sinais de irritação meníngea, como rigidez da nuca
Défices neurológicos focais
Hemorragias retinianas (sinal de Terson)
Hipertensão arterial
Bradicardia (em casos de aumento da pressão intracraniana)
Avaliação Clínica
A avaliação inicial deve incluir:
Avaliação do nível de consciência com a Escala de Coma de Glasgow
Exame neurológico completo, incluindo pares cranianos e função motora
Avaliação de sinais vitais, com atenção à pressão arterial e frequência cardíaca
Fundoscopia para detetar hemorragias retinianas
Exames Diagnósticos
O diagnóstico de HSA baseia-se principalmente em exames de imagem e na análise do líquido cefalorraquidiano[5]:
Tomografia Computorizada (TC) sem contraste: Exame inicial de escolha, com sensibilidade próxima de 100% nas primeiras 6 horas[2][5].
Ressonância Magnética (RM): Útil em casos de TC negativa com forte suspeita clínica[5].
Punção Lombar: Indicada se a TC for negativa e a suspeita clínica persistir. A presença de xantocromia no LCR é diagnóstica[2][5].
Angiografia cerebral: Padrão-ouro para identificar e caracterizar aneurismas cerebrais[5][6].
Angiografia por TC ou RM: Alternativas menos invasivas à angiografia convencional[6].
Abordagem em Urgência
O tratamento inicial no serviço de urgência é essencial e deve incluir[7][8]:
Estabilização do doente: Garantir via aérea, respiração e circulação
Controlo da pressão arterial: Manter PAS abaixo de 160 mmHg para reduzir risco de ressangramento
Controlo da dor: Administração de analgésicos, evitando aqueles que possam mascarar o estado neurológico
Prevenção de complicações: Início de profilaxia anticonvulsiva e administração de nimodipino para prevenir vasospasmo cerebral
Coordenação com Neurocirurgia e Radiologia de Intervenção: Planeamento do tratamento definitivo do aneurisma (clipagem cirúrgica ou embolização endovascular)
Monitorização neurológica contínua: Para detetar precocemente sinais de deterioração
A HSA continua a ser uma condição com elevada morbimortalidade, com uma taxa de mortalidade que pode atingir os 50%[7]. O reconhecimento precoce dos sintomas, o diagnóstico rápido e preciso, e uma abordagem multidisciplinar são fundamentais para melhorar o prognóstico dos doentes afetados por esta grave condição neurológica.
Citações
[2] https://www.msdmanuals.com/es/professional/trastornos-neurológicos/accidente-cerebrovascular/hemorragia-subaracnoidea
[3] https://www.msdmanuals.com/es/hogar/breve-información-trastornos-cerebrales-medulares-y-nerviosos/accidente-cerebrovascular-acv/hemorragia-subaracnoidea
[5] https://www.msdmanuals.com/es/hogar/enfermedades-cerebrales-medulares-y-nerviosas/accidente-cerebrovascular-ictus/hemorragia-subaracnoidea
[6] https://www.redaccionmedica.com/recursos-salud/diccionario-enfermedades/hemorragia-subaracnoidea
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