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Hemoptise

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A hemoptise define-se como a expetoração de sangue proveniente da árvore traqueobrônquica[1][2]. Este sintoma pode variar desde estrias sanguinolentas no escarro até hemorragia maciça com risco de vida. As suas causas são diversas — infecciosas, neoplásicas, vasculares, entre outras[4].


Sintomas


Os doentes com hemoptise frequentemente apresentam:


  • Tosse com expetoração sanguinolenta


  • Dispneia, especialmente em sangramentos abundantes


  • Dor torácica


  • Febre (em causas infecciosas)


  • Sudorese noturna e perda de peso, se a causa for tuberculose ou neoplasia[3]


É essencial distinguir a hemoptise de hematemese ou epistaxe. O sangue expetorado é vermelho vivo e espumoso, ao contrário do sangue digestivo, que tende a ser escuro e com resíduos alimentares[2].


Sinais clínicos


Na avaliação podem surgir:


  • Taquipneia


  • Taquicardia


  • Hipotensão (em sangramento maciço)


  • Cianose


  • Diminuição dos ruídos respiratórios na área afetada


  • Sinais de desconforto respiratório[3][4]


Exame clínico


O exame deve incluir:


  • Avaliação da via aérea superior para excluir origem supraglótica


  • Auscultação pulmonar para identificar ruídos adventícios


  • Avaliação cardiovascular para sinais de insuficiência cardíaca


  • Inspeção dos membros inferiores em busca de edema ou sinais de trombose venosa profunda[1][3]


Exames complementares


Fundamentais para o diagnóstico e avaliação da gravidade:


  • Análise sanguínea: hemograma, coagulação, função renal/hepática


  • Radiografia de tórax (PA e lateral)


  • TC torácica, idealmente angio-TC


  • Broncoscopia: essencial para localizar o sítio do sangramento e recolha de amostras


  • Gasometria arterial em caso de suspeita de insuficiência respiratória


  • Electrocardiograma para excluir origem cardíaca ou tromboembolismo pulmonar[4][5][6]


Maneio em emergências


O protocolo inicial inclui:


  1. Avaliação do ABC (via aérea, respiração, circulação)


  2. Oxigenoterapia e suporte ventilatório se necessário


  3. Acesso venoso e reposição de volume em instabilidade hemodinâmica


  4. Posicionar em decúbito lateral para o lado do sangramento, se conhecido


  5. Administração de antitussígenos para reduzir esforço de tosse


  6. Em casos de hemoptise maciça, considerar intubação endotraqueal seletiva do pulmão não afetado


  7. Solicitação imediata de exames complementares


  8. Avaliação por pneumologia para broncoscopia urgente


  9. Na hemoptise com risco de vida, considerar embolização arterial brônquica como terapêutica de escolha[7][8]



A hemoptise constitui um desafio diagnóstico e terapêutico que exige uma abordagem multidisciplinar. A identificação rápida da causa subjacente e a aplicação de intervenções terapêuticas adequadas são cruciais para melhorar o prognóstico destes doentes.


Citações


 
 
 

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