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Gravidez Ectópica

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A gravidez ectópica é uma condição potencialmente fatal que ocorre quando um óvulo fecundado se implanta fora da cavidade uterina, geralmente nas trompas de Falópio[1][2]. Esta patologia afeta cerca de 1–2% de todas as gestações e é uma causa importante de mortalidade materna no primeiro trimestre[9].


Sintomas


Os sintomas variam, mas os mais comuns incluem:


  • Dor abdominal ou pélvica, que pode ser surda, aguda ou tipo cólica[2]


  • Hemorragia vaginal anormal[1][2]


  • Amenorreia[2]


  • Sintomas gerais de gravidez como náuseas e vómitos[8]


  • Em casos graves, síncope ou sinais de choque hipovolémico[2]


Importa salientar que alguns casos podem ser assintomáticos, especialmente em fases iniciais[8].


Sinais clínicos


Os sinais clínicos podem incluir:


  • Dor à palpação abdominal, sobretudo na região pélvica[3]


  • Sinais de irritação peritoneal em casos de rotura[2]


  • Hipotensão e taquicardia em situações de hemorragia significativa[2]


Exame físico


Durante o exame, o clínico pode encontrar:


  • Dor à mobilização cervical[2]


  • Dor anexial unilateral ou bilateral[2]


  • Massa anexial palpável ao exame pélvico bimanual[3][8]


A exploração deve ser feita com cautela, uma vez que manipulação excessiva pode precipitar a rotura da gravidez ectópica[2].


Exames complementares


O diagnóstico baseia-se numa combinação de sinais clínicos e exames complementares:


  • Teste de gravidez: medição quantitativa da gonadotrofina coriónica humana (β-hCG) no sangue[1][3]


  • Ecografia transvaginal: método de imagem de eleição, superior à ecografia transabdominal[1][3]


  • Progesterona sérica: níveis baixos podem sugerir gravidez ectópica[8]


  • Hemograma completo: para avaliar anemia ou perdas sanguíneas[3]


  • Laparoscopia diagnóstica em casos selecionados[2]


Tratamento de emergência


A abordagem em contexto de urgência depende da condição clínica da paciente e do estado da gravidez:


  • Estabilização hemodinâmica: em casos de rotura com hemorragia significativa, a prioridade é a reposição volémica com fluidos e, se necessário, transfusão sanguínea[2]


  • Tratamento cirúrgico: indicado em casos de rotura, instabilidade hemodinâmica ou contraindicação ao tratamento médico. As opções incluem:


    • Salpingostomia: remoção do embrião ectópico preservando a trompa[7]


    • Salpingectomia: remoção da trompa afetada[7]


  • Tratamento médico: com metotrexato em casos de gravidez ectópica não rota e paciente hemodinamicamente estável. Existem protocolos de dose única, duas doses ou múltiplas[1][7]


  • Abordagem expectante: possível em casos muito selecionados com níveis decrescentes de β-hCG e sem sinais de rotura[7]


A gravidez ectópica continua a ser uma causa significativa de morbilidade e mortalidade materna. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para prevenir complicações e preservar a fertilidade futura. A coordenação entre os cuidados primários e especializados é essencial para otimizar os resultados[8].


Citações



 
 
 

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