Gravidez Ectópica
- EmergenciasUNO
- 20 de jun.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A gravidez ectópica é uma condição potencialmente fatal que ocorre quando um óvulo fecundado se implanta fora da cavidade uterina, geralmente nas trompas de Falópio[1][2]. Esta patologia afeta cerca de 1–2% de todas as gestações e é uma causa importante de mortalidade materna no primeiro trimestre[9].
Sintomas
Os sintomas variam, mas os mais comuns incluem:
Dor abdominal ou pélvica, que pode ser surda, aguda ou tipo cólica[2]
Hemorragia vaginal anormal[1][2]
Amenorreia[2]
Sintomas gerais de gravidez como náuseas e vómitos[8]
Em casos graves, síncope ou sinais de choque hipovolémico[2]
Importa salientar que alguns casos podem ser assintomáticos, especialmente em fases iniciais[8].
Sinais clínicos
Os sinais clínicos podem incluir:
Dor à palpação abdominal, sobretudo na região pélvica[3]
Sinais de irritação peritoneal em casos de rotura[2]
Hipotensão e taquicardia em situações de hemorragia significativa[2]
Exame físico
Durante o exame, o clínico pode encontrar:
Dor à mobilização cervical[2]
Dor anexial unilateral ou bilateral[2]
Massa anexial palpável ao exame pélvico bimanual[3][8]
A exploração deve ser feita com cautela, uma vez que manipulação excessiva pode precipitar a rotura da gravidez ectópica[2].
Exames complementares
O diagnóstico baseia-se numa combinação de sinais clínicos e exames complementares:
Teste de gravidez: medição quantitativa da gonadotrofina coriónica humana (β-hCG) no sangue[1][3]
Ecografia transvaginal: método de imagem de eleição, superior à ecografia transabdominal[1][3]
Progesterona sérica: níveis baixos podem sugerir gravidez ectópica[8]
Hemograma completo: para avaliar anemia ou perdas sanguíneas[3]
Laparoscopia diagnóstica em casos selecionados[2]
Tratamento de emergência
A abordagem em contexto de urgência depende da condição clínica da paciente e do estado da gravidez:
Estabilização hemodinâmica: em casos de rotura com hemorragia significativa, a prioridade é a reposição volémica com fluidos e, se necessário, transfusão sanguínea[2]
Tratamento cirúrgico: indicado em casos de rotura, instabilidade hemodinâmica ou contraindicação ao tratamento médico. As opções incluem:
Salpingostomia: remoção do embrião ectópico preservando a trompa[7]
Salpingectomia: remoção da trompa afetada[7]
Tratamento médico: com metotrexato em casos de gravidez ectópica não rota e paciente hemodinamicamente estável. Existem protocolos de dose única, duas doses ou múltiplas[1][7]
Abordagem expectante: possível em casos muito selecionados com níveis decrescentes de β-hCG e sem sinais de rotura[7]
A gravidez ectópica continua a ser uma causa significativa de morbilidade e mortalidade materna. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para prevenir complicações e preservar a fertilidade futura. A coordenação entre os cuidados primários e especializados é essencial para otimizar os resultados[8].
Citações
[2] https://www.msdmanuals.com/es/professional/ginecología-y-obstetricia/trastornos-del-embarazo-temprano/embarazo-ectópico
[3] https://www.mayoclinic.org/es/diseases-conditions/ectopic-pregnancy/diagnosis-treatment/drc-20372093
[7] https://www.msdmanuals.com/es/hogar/salud-femenina/trastornos-en-las-primeras-etapas-del-embarazo/embarazo-ectópico
[8] https://www.elsevier.es/es-revista-medicina-familia-semergen-40-articulo-el-embarazo-ectopico-su-interes-S1138359314000100
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