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Gestão da terceira fase do parto

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A terceira fase do parto, também conhecida como dequitação, decorre desde a expulsão do feto até à saída completa da placenta e das membranas fetais[1][3]. Esta fase é crítica devido ao risco de hemorragia pós-parto (HPP), uma das principais causas de mortalidade materna[8]. O manejo adequado desta fase é fundamental para prevenir complicações e garantir a segurança da mãe.


Sintomas


Os sintomas durante a terceira fase do parto incluem:


  • Contrações uterinas contínuas, embora menos intensas do que durante a expulsão[1]


  • Sensação de pressão na parte inferior do abdómen


  • Vontade de fazer força novamente


  • Perda de sangue pela vagina


Sinais clínicos


Os sinais clínicos observáveis durante a dequitação são:


  • Alteração na forma do útero, que se torna mais globoso e firme[4]


  • Elevação do fundo uterino


  • Saída súbita de sangue pela vagina


  • Descida visível do cordão umbilical[4]


  • Placenta visível no introito vaginal


Exame físico


A avaliação durante a terceira fase do parto inclui:


  • Palpação abdominal para avaliar a contração uterina e a posição do fundo uterino[1]


  • Observação do períneo para verificar a saída da placenta


  • Avaliação da quantidade de hemorragia vaginal


  • Inspeção da placenta e das membranas para assegurar a sua integridade[6]


Exames complementares


Geralmente, não são necessários exames complementares durante uma dequitação normal. No entanto, em caso de complicações, podem ser indicados:


  • Hemograma completo para avaliar a perda sanguínea[3]


  • Estudos de coagulação se houver suspeita de coagulopatia[8]


  • Ecografia para excluir retenção de fragmentos placentários em caso de hemorragia excessiva[6]


Conduta em Emergência


A gestão ativa da terceira fase do parto é a abordagem recomendada para prevenir a HPP[7][10]. Esta inclui:


Administração de uterotónicos:


  • Oxitocina 10 UI intramuscular ou intravenosa no primeiro minuto após o nascimento[7][9]


Pinçamento e corte tardio do cordão umbilical:


  • Entre 1 a 3 minutos após o nascimento[10]


Tração controlada do cordão:


  • Aplicar tração suave e contínua enquanto se realiza contratração sobre o útero[4][7]


Massagem uterina:


  • Massajar o fundo uterino após a saída da placenta[7]


Em caso de hemorragia pós-parto:


  • Garantir dois acessos venosos de grande calibre[8]


  • Iniciar reposição volémica com cristaloides[8]


  • Administrar uterotónicos adicionais (ergometrina, misoprostol)[6][8]


  • Realizar compressão bimanual do útero[8]


  • Considerar o uso de balão intrauterino ou suturas compressivas em casos refratários[8]


A gestão ativa da dequitação demonstrou reduzir significativamente o risco de HPP, a duração da terceira fase e a necessidade de transfusões sanguíneas[7][10]. É essencial que os profissionais de saúde estejam treinados nestas técnicas e preparados para agir prontamente perante qualquer complicação nesta fase crítica do parto.


Citações


 
 
 

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