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Gasometria Arterial

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A gasometria arterial é uma técnica invasiva essencial na prática clínica, permitindo avaliar de forma simultânea o estado ventilatório, a oxigenação e o equilíbrio ácido‑base do paciente[1][2]. Este procedimento fornece informações valiosas para o diagnóstico e acompanhamento de diversas condições médicas, especialmente as relacionadas com a função respiratória e o equilíbrio ácido‑base.


Sintomas


Os sintomas que podem justificar a realização de uma gasometria arterial incluem:


  • Dispneia ou dificuldade respiratória


  • Respiração rápida e profunda descontrolada


  • Náuseas e vómitos


  • Fadiga


  • Confusão


  • Contracções ou câimbras musculares[4]


Estes sintomas podem refletir alterações no equilíbrio ácido‑base ou na oxigenação sanguínea, requerendo uma avaliação mais aprofundada.


Sinais clínicos


Os sinais clínicos que podem estar presentes incluem:


  • Taquipneia (respiração rápida)


  • Cianose (coloração azulada da pele e mucosas)


  • Diaforese (sudação excessiva)


  • Taquicardia ou bradicardia


  • Hipertensão ou hipotensão


  • Alterações no estado de consciência[5][6]


Estes sinais podem indicar problemas respiratórios ou metabólicos que afetam a troca gasosa e o equilíbrio ácido‑base.


Exame clínico (prévio)


Antes da gasometria arterial, a avaliação deve incluir:


  • Teste de Allen modificado para avaliar a circulação colateral


  • Inspeção do local de punção (geralmente artéria radial)


  • Verificar ausência de contraindicações importantes, como distúrbios de coagulação[1][5]

É fundamental que o médico explique detalhadamente o procedimento ao doente e obtenha consentimento informado.


Parâmetros medidos


A gasometria arterial mede diretamente:


  • pH: estado ácido‑base da sangue


  • PaO₂: impacto na oxigenação sanguínea


  • PaCO₂: estado ventilatório


  • SaO₂: saturação arterial de oxigénio


  • HCO₃⁻: bicarbonato (calculado com base nos anteriores)[1][2]


Alguns analisadores medem ainda:


  • Eletrólitos séricos


  • Lactato


  • Glicose


  • Carboxihemoglobina (COHb)


  • Metahemoglobina (MetHb)[1][5]


A interpretação destes valores permite o diagnóstico e classificação de perturbações respiratórias, metabólicas ou mistas.


Aplicação em emergência


Em contexto de urgência, a gasometria arterial é crucial para:


  • Identificação rápida de alterações respiratórias e metabólicas


  • Guiar decisões terapêuticas (ex: oxigenoterapia, ventilação mecânica)


  • Monitorização da resposta em doentes críticos


  • Avaliar a gravidade de condições como exacerbação de EPOC, pneumonia grave ou choque[6]


Diretriz de manejo


  • Interpretação imediata dos resultados


  • Implementação de medidas corretivas conforme os achados (ex.: oxigenoterapia, correção do equilíbrio ácido‑base)


  • Repetição sequencial da gasometria para acompanhamento clínico


  • Adição de exames complementares conforme o quadro clínico (ex.: radiografia torácica, ECG)[4][6]



A gasometria arterial é uma ferramenta diagnóstica fundamental na prática clínica, especialmente em emergências. A sua correta interpretação e aplicação permitem uma avaliação precisa do estado respiratório e metabólico do paciente, orientando decisões terapêuticas e melhorando os resultados clínicos.


Citações


 
 
 

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