Gangrena Gaseosa
- EmergenciasUNO
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A gangrena gaseosa é uma infeção necrotizante dos tecidos moles potencialmente fatal, causada principalmente pela bactéria anaeróbia Clostridium perfringens. Esta condição exige diagnóstico e tratamento rápidos para prevenir complicações graves e, por vezes, fatais.
Sintomas
Os doentes com gangrena gaseosa apresentam habitualmente:
Dor intensa e arrebatadora na área afetada, desproporcional aos achados físicos iniciais[1][3]
Febre de moderada a alta
Taquicardia
Sudorese
Mal-estar geral
Em fases avançadas, sinais de choque séptico: hipotensão, confusão e dificuldade respiratória[3]
Sinais Clínicos
A progressão clínica é rápida e inclui:
Edema tecidular que evolui rapidamente
Alterações na coloração cutânea: inicialmente pálida, depois rubro-pardacenta e finalmente negra ou púrpura[3]
Formação de bolhas ou vesículas, com líquido vermelho-pardacento malcheiroso
Crepitações à palpação, devido à presença de gás nos tecidos[1][2]
Secreção serossanguinolenta com odor fétido
Necrose tecidular evidente
Exploração Física
A avaliação deve ser rigorosa e pode revelar:
Dor desproporcional à aparência da lesão
Edema e tensão local
Crepitação à palpação
Alterações na cor e temperatura da pele
Sinais de choque em fases avançadas[3]
Provas Diagnósticas
O diagnóstico baseia-se no quadro clínico, mas várias provas podem confirmar a infeção e avaliar a sua extensão:
Análises sanguíneas: leucocitose e alterações nos gases arteriais[1]
Culturas de tecido e líquido: para identificar o agente e orientar a antibioterapia[3]
Imagiologia:
Radiografias: podem evidenciar gás nos tecidos moles[2]
TC ou RM: úteis para avaliar a extensão e presença de gás em tecidos profundos[3]
Tinta de Gram do líquido da região infectada[3]
Exploração cirúrgica: por vezes necessária para confirmar diagnóstico e avaliar extensão da necrose tecidular[1]
Manejo em Situações de Emergência
O tratamento em urgência deve ser rápido e decisivo:
Estabilização hemodinâmica: reanimação com fluidos e suporte vasopressor se necessário[3]
Antibioterapia empírica de largo espectro: geralmente penicilina associada a clindamicina intravenosa[2]
Desbridamento cirúrgico urgente: remoção de todo tecido necrótico; em casos graves, pode ser necessária amputação[1][3]
Oxigenoterapia hiperbárica: pode ser útil como adjuvante, embora nem sempre esteja disponível[2]
Monitorização contínua: vigilância da progressão da infeção ou choque séptico[3]
Gestão da dor: administração de analgésicos adequados[1]
A gangrena gaseosa é uma emergência médica que exige elevada suspeita clínica, diagnóstico rápido e tratamento agressivo. A combinação de antibioterapia precoce e desbridamento cirúrgico é vital para melhorar o prognóstico destes doentes.
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