Fraturas Faciais
- EmergenciasUNO

- 21 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
As fraturas faciais são lesões traumáticas que afetam os ossos da face, como o maxilar, a mandíbula, os ossos malares (zigomáticos), o nariz ou a órbita ocular. Estas fraturas são geralmente provocadas por acidentes de viação, quedas ou agressões. Para além do comprometimento da estrutura óssea, podem afetar o funcionamento de órgãos adjacentes, como os olhos, as vias aéreas ou os dentes, e originar deformidades visíveis.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se no exame físico, procurando sinais como deformidade facial, dor, crepitação óssea, equimoses e alterações na oclusão dentária ou na visão. Exames de imagem como radiografias, tomografia computorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) são essenciais para confirmar o tipo e a extensão da fratura. Deve-se igualmente avaliar a permeabilidade da via aérea e possíveis comprometimentos neurológicos.
Diagnóstico Diferencial
Patologia | Características Principais |
Contusão facial | Edema e hematomas, sem instabilidade óssea. |
Luxação mandibular | Deslocamento da mandíbula, com incapacidade de fechar a boca. |
Hematoma periorbitário (olho negro) | Edema e equimose em torno da órbita, sem fratura óssea. |
Sinusite aguda | Dor na região maxilar, sem história de trauma. |
Abordagem em Situação de Emergência
Avaliação da via aérea: Em fraturas faciais graves, garantir que as vias aéreas não estejam obstruídas por deslocamento ósseo ou hemorragia. Estar preparado para intubação ou traqueostomia nos casos mais severos.
Controlo da hemorragia: Aplicar pressão direta para estancar hemorragias externas. Hemorragias internas significativas podem exigir intervenção cirúrgica urgente.
Imobilização: Para fraturas do maxilar ou da mandíbula, utilizar ligaduras compressivas ou dispositivos de contenção até avaliação especializada.
Controlo da dor e inflamação: Administrar fármacos analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar sintomas.
Avaliação neurológica e ocular: Verificar a função dos nervos cranianos e o estado visual, especialmente em fraturas orbitárias.
Exames de imagem: Solicitar TC de alta resolução da face para avaliar o tipo e a extensão da fratura.
Profilaxia antibiótica: Em fraturas abertas ou que comunicam com os seios perinasais, iniciar antibioterapia para prevenir infeções.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo depende da gravidade da fratura. Fraturas não deslocadas podem ser tratadas de forma conservadora com imobilização. Já fraturas deslocadas ou instáveis requerem redução aberta e fixação interna (RAFI), procedimento geralmente realizado por um cirurgião maxilofacial ou cirurgião plástico.

Comentários