Fraturas dos Côndilos Medial e Lateral
- EmergenciasUNO

- 17 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
As fraturas dos côndilos medial e lateral envolvem as proeminências ósseas na extremidade distal do úmero, onde este se articula com os ossos do antebraço (rádio e ulna). Estas fraturas são menos frequentes do que as fraturas supracondilianas e, geralmente, resultam de traumatismos diretos ou forças transmitidas através do cotovelo.
As fraturas do côndilo lateral são mais comuns, sobretudo em crianças, enquanto as fraturas do côndilo medial são mais raras, porém mais instáveis.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se no histórico de trauma, como queda sobre o braço ou impacto direto no cotovelo. Os pacientes apresentam dor, edema e limitação funcional da articulação do cotovelo.
As radiografias em projeções anteroposterior e lateral confirmam a fratura; em alguns casos, pode ser necessária uma tomografia computorizada (TC) para melhor avaliação do desvio e do envolvimento articular. As fraturas do côndilo lateral são mais facilmente identificadas nas radiografias, enquanto as do côndilo medial podem ser mais discretas.
Diagnóstico Diferencial
Condição | Características |
Fratura supracondiliana | Localiza-se imediatamente acima dos côndilos; desvio visível. |
Fratura da cabeça do rádio | Dor localizada na cabeça do rádio; mais comum em adultos. |
Epicondilite | Dor crónica sem trauma recente; afeta os tendões dos músculos extensores/fletores. |
Deformidade com perda do alinhamento articular e mobilidade anormal. | |
Fratura do olécrano | Dor e deformidade na face posterior do cotovelo; limitação da mobilidade. |
Abordagem de Emergência
Em contexto de emergência, o membro afetado deve ser imobilizado com tala para evitar movimentos e aliviar a dor. Devem ser administrados analgésicos e anti-inflamatórios para controlo sintomático.
É fundamental realizar um exame neurológico e vascular completo para detetar eventuais lesões nos nervos ou vasos sanguíneos. Fraturas com desvio significativo requerem redução urgente — podendo ser fechada ou aberta — conforme a estabilidade e envolvimento da superfície articular.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo depende do grau de desvio da fratura. Fraturas não desviadas podem ser tratadas de forma conservadora com imobilização durante 4 a 6 semanas.
Fraturas desviadas, especialmente as que envolvem a superfície articular, exigem redução aberta com fixação interna (parafusos ou fios de Kirschner) para restabelecer o alinhamento anatómico e prevenir complicações tardias como artrose ou perda de mobilidade.
A fisioterapia é essencial durante o processo de recuperação para restaurar a função do cotovelo.

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