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Fraturas do Ombro

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



As fraturas do ombro incluem lesões na cabeça do úmero, colo umeral, clavícula e escápula, todas estruturas que fazem parte da articulação glenoumeral. Estas fraturas podem ocorrer por traumatismos diretos, quedas sobre o braço estendido ou acidentes de alta energia, como colisões automóveis.


São frequentes em adultos mais velhos com osteoporose, assim como em atletas e indivíduos jovens expostos a impactos intensos. As fraturas do ombro podem ser estáveis ou instáveis, dependendo do número de fragmentos ósseos e do grau de desvio.


Diagnóstico


O diagnóstico baseia-se na história de traumatismo e na presença de sintomas como dor intensa, edema, deformidade e dificuldade ou incapacidade de mobilizar o braço. O exame físico pode revelar deformidades ou mobilidade anormal na região afetada.


Radiografias em projeções anteroposterior, lateral e axial do ombro são fundamentais para confirmar a fratura, determinar a sua localização e avaliar o grau de desvio. Em casos mais complexos ou com envolvimento articular, pode ser necessária uma tomografia computorizada (TC) para obter uma visualização mais detalhada.


Diagnóstico Diferencial


Patologia

Características

Luxação anterior do ombro

Deformidade visível com a cabeça do úmero fora da cavidade glenoideia, sem fratura óssea.

Fratura da clavícula

Dor e deformidade palpável na clavícula, comum após queda sobre o ombro.

Rotura da coifa dos rotadores

Fraqueza crónica e dor, sem evidência de fratura nas radiografias.

Contusão do ombro

Dor e limitação da mobilidade sem fratura visível nos exames de imagem.

Lesão do plexo braquial

Dor e fraqueza no braço após trauma, sem fratura óssea.


Abordagem de Emergência


A abordagem inicial inclui a imobilização do braço afetado com tipoia ou tala para estabilizar a fratura e aliviar a dor. Devem ser administrados analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).


Em fraturas complexas ou desviadas, é essencial uma avaliação neurovascular para excluir lesões do plexo braquial ou da artéria axilar. Fraturas expostas ou com desvio significativo requerem intervenção cirúrgica urgente.


Tratamento Definitivo


O tratamento definitivo depende da localização e do tipo de fratura. Fraturas não desviadas são geralmente tratadas de forma conservadora, com imobilização durante 4 a 6 semanas, seguida de fisioterapia para recuperação da amplitude de movimento. Fraturas desviadas ou instáveis podem exigir redução aberta e fixação interna (RAFI), utilizando placas, parafusos ou hastes intramedulares.


Em fraturas cominutivas ou em idosos, pode ser considerada uma artroplastia do ombro (substituição parcial ou total). A reabilitação é essencial para restaurar a função do ombro e prevenir complicações como rigidez articular ou artrose.

 
 
 

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