Fratura Supracondiliana
- EmergenciasUNO

- 17 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A fratura supracondiliana é uma fratura que ocorre na extremidade distal do úmero, imediatamente acima dos côndilos do cotovelo. É a fratura de cotovelo mais frequente em crianças, especialmente entre os 5 e os 7 anos de idade, e ocorre geralmente após uma queda com o braço em extensão.
Esta fratura apresenta elevado risco de complicações, nomeadamente lesões de nervos e vasos sanguíneos próximos, especialmente da artéria braquial e dos nervos radial, mediano e ulnar.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na avaliação clínica da dor, edema e deformidade do cotovelo após traumatismo. A confirmação faz-se através de radiografias em projeções anteroposterior e lateral, que permitem determinar se a fratura está desviada ou não. As fraturas supracondilianas são classificadas segundo a classificação de Gartland:
Tipo I: não desviada
Tipo II: desviada com um fragmento ainda em contacto
Tipo III: completamente desviada
É fundamental realizar uma avaliação neurovascular rigorosa, dado o risco elevado de lesões arteriais e neurológicas associadas.
Diagnóstico Diferencial
Condição | Características |
Fratura da cabeça do rádio | Dor localizada na cabeça do rádio, mobilidade limitada; mais comum em adultos. |
Luxação do cotovelo | Deformidade visível, desalinhamento articular. |
Epicondilite | Dor crónica sem história de traumatismo agudo; afeta tendões sem fratura. |
Fratura do olécrano | Dor e deformidade na região posterior do cotovelo. |
Hemartrose | Derrame articular após trauma, sem fratura visível nas radiografias. |
Abordagem de Emergência
Em contexto de urgência, o tratamento inicial inclui a imobilização do membro afetado com uma tala, mantendo o cotovelo fletido entre 20° e 40° para reduzir a dor e restringir o movimento. Administram-se analgésicos e anti-inflamatórios. É essencial avaliar o pulso radial e a perfusão do membro devido ao risco de lesão da artéria braquial.
Na presença de sinais de isquemia (mão fria, ausência de pulso), está indicada intervenção cirúrgica urgente. Fraturas desviadas (tipos II e III) requerem redução imediata, habitualmente sob sedação ou anestesia geral.
Tratamento Definitivo
Em fraturas não desviadas (tipo I), o tratamento consiste em imobilização com tala durante 3 a 4 semanas, seguida de reabilitação funcional. Fraturas desviadas (tipos II e III) requerem geralmente redução fechada com fixação percutânea, normalmente com fios de Kirschner.
Nos casos mais graves, pode ser necessária redução aberta. A fisioterapia é essencial após a imobilização ou cirurgia para restaurar a mobilidade e a função do cotovelo.

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