Fratura Diafisária do Úmero
- EmergenciasUNO

- 18 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A fratura diafisária do úmero afeta a porção média do osso do braço e pode ocorrer por traumatismo direto (como impactos ou acidentes de viação) ou traumatismo indireto (quedas sobre o braço estendido).
Estas fraturas representam entre 3 a 5% de todas as fraturas e podem estar associadas a lesões neurovasculares, especialmente do nervo radial, o que pode causar dificuldade em estender o punho e os dedos (queda do punho).
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se em antecedentes de traumatismo, com sintomas como dor intensa, deformidade visível no braço e mobilidade anormal ou crepitação no local da fratura. Pode haver parestesias ou fraqueza na mão se houver comprometimento do nervo radial.
As radiografias em projeções anteroposterior e lateral do úmero são essenciais para confirmar a fratura, a sua localização e o grau de desvio. É crucial realizar uma avaliação neurovascular completa do membro afetado.
Diagnóstico Diferencial
Patologia | Características |
Fratura supracondiliana do úmero | Fratura do úmero distal, comum em crianças, com deformidade visível. |
Lesão do plexo braquial | Dor, fraqueza e parestesias no braço, sem fratura visível. |
Luxação do cotovelo | Deformidade no cotovelo com incapacidade de movimentar a articulação. |
Fratura do colo cirúrgico do úmero | Fratura do úmero proximal, sem envolvimento da diáfise, com deformidade próxima ao ombro. |
Contusão óssea | Dor após trauma, sem fratura visível nas radiografias. |
Abordagem de Emergência
Em contexto de emergência, o braço afetado deve ser imobilizado com tala ou tipoia para estabilizar a fratura e aliviar a dor. Administram-se analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para controlo da dor.
É fundamental realizar uma avaliação neurovascular detalhada, dado que o nervo radial é particularmente vulnerável neste tipo de fratura. Se houver sinais de comprometimento neurovascular ou fratura exposta, está indicada intervenção cirúrgica urgente.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo depende do tipo de fratura e da presença ou não de desvio. Fraturas não desviadas podem ser tratadas de forma conservadora com imobilização com tala ou gesso funcional durante 8 a 12 semanas, seguida de fisioterapia para recuperar a amplitude de movimento e a força muscular.
Fraturas desviadas, instáveis ou associadas a lesão do nervo radial podem requerer redução aberta e fixação interna (RAFI) com placas e parafusos ou hastes intramedulares.
A recuperação inclui reabilitação precoce para prevenir rigidez articular e atrofia muscular, bem como o seguimento da função nervosa caso o nervo radial tenha sido afetado.

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