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Fratura de Jones

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



A fratura de Jones corresponde a uma fratura na base do quinto metatarsiano, especificamente na zona de transição entre a diáfise e a metáfise, aproximadamente entre 1,5 a 3 cm da extremidade proximal do osso.


Trata-se de uma lesão de carácter grave devido à limitada vascularização desta área, o que resulta numa cicatrização lenta e num risco elevado de pseudoartrose (não consolidação óssea). É frequente em contextos de trauma por torção ou por stress repetitivo, especialmente em atletas e praticantes de desportos.


Diagnóstico


O diagnóstico baseia-se na história clínica de dor aguda no bordo lateral do pé, habitualmente após um movimento de torção ou salto. As radiografias do pé, nas projeções anteroposterior, lateral e oblíqua, são essenciais para identificar a fratura na região metafisodiáfisária do quinto metatarsiano. A ressonância magnética (RM) ou a tomografia computorizada (TC) podem ser úteis em casos de difícil avaliação.


Diagnóstico Diferencial

Condição

Diferença Principal

Fratura por avulsão do 5.º metatarsiano

Localiza-se na base proximal do osso, junto à inserção do tendão do peroneal curto.

Fratura por stress do 5.º metatarsiano

Desenvolve-se de forma gradual em atletas, sem história de trauma agudo.

Entorse do tornozelo

Dor mais difusa ao redor do tornozelo, sem evidência de lesão óssea na radiografia.


Abordagem em Urgência


No contexto de urgência, o tratamento inicial inclui a imobilização do pé com tala posterior ou bota ortopédica. Deve evitar-se a carga de peso no membro afetado, sendo recomendada a utilização de canadianas.


O controlo da dor é feito com analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). Poderão ser necessários exames de imagem adicionais se houver suspeita de fratura oculta ou com desvio.


Tratamento Definitivo


O tratamento conservador consiste na imobilização e ausência de carga durante 6 a 8 semanas. Contudo, devido ao elevado risco de não consolidação, frequentemente opta-se pelo tratamento cirúrgico.


Este geralmente envolve a colocação de um parafuso intramedular ou placas de compressão para garantir uma adequada consolidação óssea. A recuperação pós-operatória inclui fisioterapia para restaurar a função e força do pé.

 
 
 

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