top of page

Fratura de Colles

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



A fratura de Colles é uma fratura do rádio distal, geralmente causada por uma queda sobre a mão em extensão, com o punho em dorsiflexão. É mais frequente em adultos idosos com osteoporose, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. Caracteriza-se pelo desvio dorsal do fragmento distal do rádio, conferindo ao punho o clássico aspeto em “garfo de jantar”.


Diagnóstico


O diagnóstico baseia-se em:


  • Dor aguda e intensa no punho, acompanhada de edema e deformidade visível (a clássica deformidade em "garfo de jantar").


  • Limitação dos movimentos do punho e da mão.


  • As radiografias são essenciais para confirmar a fratura e demonstrar o desvio dorsal e proximal do fragmento distal do rádio.


Diagnóstico Diferencial

Condição

Diferenças Principais

Fratura de Smith

Semelhante à de Colles, mas com desvio do fragmento distal em direção palmar (flexão).

Entorse do punho

Dor e edema sem evidência radiológica de fratura.

Fratura do escafóide

Dor localizada na tabaqueira anatómica, sem deformidade ou desvio ósseo significativo.

Fratura de Barton

Fratura-luxação do rádio distal que envolve a articulação radiocárpica com deslocamento articular.

Tratamento de Emergência


  • Imobilização imediata do punho e antebraço com tala ou gesso para evitar agravamento do desvio ósseo.


  • Aplicação de gelo para reduzir o edema e administração de analgésicos ou anti-inflamatórios para controlo da dor.


  • Radiografias para confirmar o tipo e a extensão da fratura.


  • Se houver desvio, pode ser necessária uma redução fechada nos serviços de urgência, sob anestesia local ou sedação, para realinhamento dos fragmentos.


Tratamento Definitivo


  • Fraturas estáveis ou não desviadas: Tratamento conservador com imobilização em gesso durante 4 a 6 semanas.


  • Fraturas desviadas ou instáveis: Podem necessitar de redução fechada com gesso ou de fixação cirúrgica com placas e parafusos, especialmente se não se conseguir uma boa redução ou houver elevado risco de novo desvio.


A reabilitação é crucial após a imobilização, com fisioterapia para restaurar a mobilidade, força e função do punho. As complicações possíveis incluem rigidez articular, dor crónica ou, em casos graves, síndrome de dor regional complexa.

 
 
 

Comentários


bottom of page