Fratura de Colles
- EmergenciasUNO

- 16 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A fratura de Colles é uma fratura do rádio distal, geralmente causada por uma queda sobre a mão em extensão, com o punho em dorsiflexão. É mais frequente em adultos idosos com osteoporose, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. Caracteriza-se pelo desvio dorsal do fragmento distal do rádio, conferindo ao punho o clássico aspeto em “garfo de jantar”.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se em:
Dor aguda e intensa no punho, acompanhada de edema e deformidade visível (a clássica deformidade em "garfo de jantar").
Limitação dos movimentos do punho e da mão.
As radiografias são essenciais para confirmar a fratura e demonstrar o desvio dorsal e proximal do fragmento distal do rádio.
Diagnóstico Diferencial
Condição | Diferenças Principais |
Fratura de Smith | Semelhante à de Colles, mas com desvio do fragmento distal em direção palmar (flexão). |
Entorse do punho | Dor e edema sem evidência radiológica de fratura. |
Fratura do escafóide | Dor localizada na tabaqueira anatómica, sem deformidade ou desvio ósseo significativo. |
Fratura de Barton | Fratura-luxação do rádio distal que envolve a articulação radiocárpica com deslocamento articular. |
Tratamento de Emergência
Imobilização imediata do punho e antebraço com tala ou gesso para evitar agravamento do desvio ósseo.
Aplicação de gelo para reduzir o edema e administração de analgésicos ou anti-inflamatórios para controlo da dor.
Radiografias para confirmar o tipo e a extensão da fratura.
Se houver desvio, pode ser necessária uma redução fechada nos serviços de urgência, sob anestesia local ou sedação, para realinhamento dos fragmentos.
Tratamento Definitivo
Fraturas estáveis ou não desviadas: Tratamento conservador com imobilização em gesso durante 4 a 6 semanas.
Fraturas desviadas ou instáveis: Podem necessitar de redução fechada com gesso ou de fixação cirúrgica com placas e parafusos, especialmente se não se conseguir uma boa redução ou houver elevado risco de novo desvio.
A reabilitação é crucial após a imobilização, com fisioterapia para restaurar a mobilidade, força e função do punho. As complicações possíveis incluem rigidez articular, dor crónica ou, em casos graves, síndrome de dor regional complexa.

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