Fratura da Rótula
- EmergenciasUNO

- 21 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
Uma fratura da rótula corresponde a uma lesão do osso localizado na parte anterior do joelho, fundamental para o mecanismo extensor. Ocorre geralmente por trauma direto (quedas sobre o joelho ou impacto direto) ou por forças indiretas, como contração súbita e vigorosa do quadricípite. Dependendo da gravidade, as fraturas podem ser:
Estáveis ou instáveis
Desviadas ou não desviadas
Cominutivas (fragmentadas)
Diagnóstico Clínico
Dor intensa na região anterior do joelho
Edema e sensibilidade local
Derrame articular frequente
Incapacidade de extensão ativa ou elevação da perna esticada
Imagem
Radiografias do joelho (projeções anteroposterior, lateral e axial)
TC (Tomografia Computorizada): útil em fraturas complexas para avaliação detalhada
Diagnóstico Diferencial
Condição | Diferenciação Principal |
Lesão do tendão patelar | Incapacidade de extensão sem fratura visível nas radiografias |
Lesão do tendão do quadricípite | Dor e fraqueza na extensão, sem fratura óssea |
Luxação da rótula | Deslocamento lateral da rótula sem fratura |
Contusão do joelho | Dor e edema sem alterações ósseas radiológicas |
Fratura da meseta tibial | Afecta a tíbia proximal com dor profunda na articulação |
Atuação em Urgência
Imobilização: com tala ou ortótese em extensão
Controlo da dor: AINEs, e opioides se necessário
Avaliação do mecanismo extensor: Incapacidade de extensão ativa indica fratura desviada ou lesão do complexo extensor
Fraturas abertas ou desviadas: Preparar para cirurgia urgente
Tratamento Definitivo
Conservador
Indicação: Fraturas não desviadas ou com desvio <2 mm na superfície articular
Imobilização em extensão total: 4–6 semanas
Exercícios isométricos do quadricípite iniciam-se precocemente
Após sinais de consolidação, iniciar mobilização progressiva
Cirúrgico
Indicação: Fraturas desviadas (>2 mm articulação / >3 mm entre fragmentos) ou cominutivas
Técnicas:
Cerclagem em figura de oito: Técnica padrão em fraturas transversais
Parafusos + cerclagem: Para fraturas complexas
Patellectomia parcial ou total: Em casos de fraturas cominutivas irreparáveis
Reabilitação
Inicialmente restrita, com progressão gradual de mobilidade e fortalecimento
Reabilitação funcional do quadricípite
Carga total e retorno à atividade física: geralmente entre 6 e 12 semanas, dependendo da evolução
Radiografias seriadas para monitorizar consolidação e identificar complicações (ex: artrose pós-traumática, rigidez articular)

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