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Fratura da Escápula

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



As fraturas da escápula são lesões relativamente raras que resultam de traumatismos de alta energia, como acidentes de viação ou quedas de grande altura, uma vez que a escápula se encontra protegida pelos músculos e pela caixa torácica.


Estas fraturas estão frequentemente associadas a outras lesões graves, como fraturas costais, lesões pulmonares e torácicas, ou lesões do plexo braquial. A fratura pode envolver o corpo escapular, a espinha da escápula, o acrómio, o processo coracoide ou a cavidade glenoideia.


Diagnóstico


O diagnóstico baseia-se em antecedentes de traumatismo severo e na avaliação clínica, na qual se identifica dor intensa na região posterior do ombro, edema e limitação dos movimentos do braço. O paciente pode referir dor ao inspirar profundamente, especialmente se existirem fraturas costais associadas.


As radiografias nas projeções anteroposterior e lateral do ombro são úteis, mas frequentemente é necessária uma tomografia computorizada (TC) para avaliar a extensão da fratura e o grau de desvio, sobretudo quando está envolvida a cavidade glenoideia ou a articulação escapuloumeral.


Diagnóstico Diferencial


Patologia

Características

Fratura da clavícula

Deformidade palpável sobre a clavícula, comum em quedas sobre o ombro.

Luxação glenoumeral

Dor intensa com deformidade visível e desalinhamento articular.

Fratura do colo umeral

Dor no ombro após trauma, com mobilidade do braço severamente limitada.

Contusão do ombro

Dor localizada sem evidência de fratura nas radiografias.

Lesão do plexo braquial

Dor, perda de força ou sensibilidade no braço, sem fratura óssea.


Abordagem de Emergência


A abordagem de emergência foca-se no controlo da dor com analgésicos e anti-inflamatórios, e na estabilização do ombro afetado com tipoia ou imobilização em posição neutra.


É essencial uma avaliação neurovascular cuidadosa do membro superior, dado que estas fraturas podem estar associadas a lesões do plexo braquial ou de estruturas vasculares.

Fraturas expostas, desviadas ou que envolvam a cavidade glenoideia requerem avaliação cirúrgica urgente.


É igualmente importante identificar e tratar lesões associadas, como fraturas costais ou pneumotórax.


Tratamento Definitivo


A maioria das fraturas da escápula que não apresentam desvio ou apenas desvio mínimo são tratadas de forma conservadora com imobilização durante 2 a 4 semanas, seguida de fisioterapia para recuperar a amplitude de movimento e a força muscular.


Fraturas desviadas ou com envolvimento da articulação glenoumeral podem necessitar de redução aberta e fixação interna (RAFI) para restaurar a congruência articular e prevenir artrose pós-traumática.


A reabilitação pós-operatória é fundamental para recuperar a função do ombro e evitar rigidez ou perda de mobilidade.

 
 
 

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