Fissura Anal
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A fissura anal é uma patologia proctológica frequente, caracterizada por uma laceração linear da mucosa anal, distal à linha pectínea[6]. Esta condição afeta principalmente pessoas de meia-idade, sendo mais comum em mulheres do que em homens[8]. A seguir, abordam-se os aspetos-chave desta patologia.
Sintomas
Os sintomas característicos da fissura anal incluem:
Dor intensa, aguda e cortante durante a defecação[1][4].
Dor persistente após a evacuação, que pode durar de minutos a horas[1][9].
Hemorragia, geralmente escassa e de cor vermelho-vivo, visível no papel higiénico ou nas fezes[1][9].
Prurido ou ardor anal[1].
Obstipação, que pode ser tanto causa como consequência da fissura[1].
Espasmos musculares do esfíncter anal[4].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos observáveis em doentes com fissura anal incluem:
Presença de uma lesão linear ou em forma de pêra no anodermo[5].
Em lesões crónicas, podem observar-se fibras musculares do esfíncter anal interno expostas[6].
Prega cutânea sentinela e papilas hipertróficas em casos crónicos[6].
Localização predominante na linha média posterior (90%) ou anterior (10%)[6].
Exploração
A exploração física para diagnóstico de fissura anal inclui:
Posicionamento do doente em posição genupeitoral ou de Sims (decúbito lateral com joelhos fletidos)[5].
Separação cuidadosa das nádegas para visualizar a fissura[5][10].
Inspeção visual do ânus e da área perianal[10].
Em alguns casos, pode ser necessário toque retal, embora frequentemente seja difícil devido à dor[5].
É importante notar que a exploração através de toque retal ou proctoscópio pode ser impossível devido à dor intensa[5].
Exames Diagnósticos
O diagnóstico da fissura anal baseia-se principalmente na história clínica e no exame físico. Contudo, em certos casos, podem ser necessários exames adicionais:
Anuscopia: para visualizar o canal anal, embora possa ser difícil devido à dor[2].
Manometria anal: para medir a pressão do esfíncter anal interno, geralmente aumentada em doentes com fissura anal[8].
Ecografia anal: pode ser útil para delimitar com maior precisão a intervenção cirúrgica em casos que requeiram cirurgia[10].
Abordagem em Situação de Emergência
O tratamento inicial da fissura anal no serviço de urgência centra-se no alívio da dor e prevenção de complicações:
Banhos de assento com água morna durante 10–15 minutos, 2–3 vezes por dia[3].
Prescrição de analgésicos para controlo da dor
Recomendação de dieta rica em fibras e aumento da ingestão de líquidos para prevenir obstipação[3].
Aplicação de cremes anestésicos tópicos para alívio da dor[3].
Em casos graves, pode considerar-se a aplicação de nitroglicerina tópica ou bloqueadores dos canais de cálcio para relaxar o esfíncter anal[3][10].
Educação do doente sobre a importância de manter uma boa higiene anal e evitar esforço excessivo durante a defecação.
É importante salientar que a maioria das fissuras anais agudas responde bem ao tratamento conservador. No entanto, se os sintomas persistirem ou se tornarem crónicos, deve ser considerada a referenciação para um especialista em coloproctologia, a fim de avaliar a necessidade de tratamentos mais avançados, incluindo a possibilidade de intervenção cirúrgica[10].
Citações
[2] https://www.albertoparajo.com/fisuras-anales-sintomas-causas-y-opciones-de-tratamiento_fb185902.html
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