Ferida Punctiforme no Pé
- EmergenciasUNO

- 23 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
Uma ferida punctiforme no pé ocorre quando um objeto afiado ou pontiagudo penetra a pele e os tecidos subjacentes, como pregos, vidros ou outros materiais. Estas lesões são frequentes e podem complicar-se devido à introdução de bactérias, risco de infeção e, por vezes, lesão de estruturas profundas como tendões, nervos ou ossos.
Quando a perfuração ocorre através do calçado, há um risco particular de infeção por bactérias como Pseudomonas aeruginosa.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na descrição do acidente, geralmente acompanhada de dor localizada, possível sangramento e edema na zona afetada. É essencial avaliar a profundidade da lesão e verificar a presença de corpos estranhos retidos no pé.
Radiografias simples podem ser úteis para excluir fraturas ou identificar corpos estranhos radiopacos. Em casos mais complexos, a ecografia ou a tomografia computorizada (TC) podem ajudar na avaliação da extensão da lesão.
Diagnóstico Diferencial
Condição | Diferença Principal |
Ferida incisa | Apresenta bordos mais regulares e menor profundidade do que uma ferida punctiforme. |
Infeção por corpo estranho | Edema progressivo e exsudado purulento, geralmente com história de objeto retido. |
Abcesso no pé | Coleção purulenta subcutânea resultante de uma infeção não tratada. |
Fratura exposta | Lesão óssea com exposição, visível nas radiografias. |
Abordagem em Urgência
No serviço de urgência, a ferida deve ser cuidadosamente lavada com soro fisiológico e sabão antisséptico para prevenir infeções. Devem ser removidos quaisquer corpos estranhos visíveis, e avaliada a profundidade da lesão e o possível comprometimento de estruturas profundas.
Consoante a gravidade da lesão e o risco de infeção, pode ser iniciada antibioterapia profilática — especialmente em casos de perfuração através do calçado. Caso o doente não tenha a vacinação antitetânica atualizada, deve ser administrada uma dose de reforço do toxoide tetânico.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo consiste no encerramento da ferida se não houver sinais de infeção, ou em deixá-la aberta nos casos de alto risco infecioso. Por vezes, é necessária intervenção cirúrgica para remoção de corpos estranhos ou drenagem de abcessos.
O seguimento deve incluir a monitorização de sinais de infeção (rubor, calor, secreção purulenta), sendo ajustada a antibioterapia conforme a evolução clínica. A cicatrização completa pode demorar dias ou semanas, dependendo da extensão da lesão e da presença de complicações.

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