Febre de Lassa
- EmergenciasUNO
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A febre de Lassa é uma doença viral hemorrágica aguda causada pelo vírus Lassa, da família Arenaviridae. Esta zoonose é endémica em vários países da África Ocidental, especialmente na Nigéria, Serra Leoa, Libéria e Guiné [1][2].
A transmissão ao ser humano ocorre principalmente por contacto com alimentos ou utensílios domésticos contaminados com excretas de roedores infectados, nomeadamente do género Mastomys [1][4].
Sintomas
Os sintomas da febre de Lassa surgem entre 1 e 3 semanas após a exposição ao vírus [6]. Inicialmente, os doentes podem apresentar:
Febre
Mal-estar geral
Fraqueza
Cefaleia
Dor retroesternal
Mialgias
À medida que a doença avança, podem surgir sintomas mais graves:
Náuseas e vómitos
Diarreia
Dor abdominal
Dor de garganta
Tosse
Dor torácica
É importante referir que cerca de 80% das infeções pelo vírus Lassa são assintomáticas ou leves [1][8].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos da febre de Lassa podem variar em gravidade e incluem:
Edema facial e cervical
Hemorragias (oral, nasal, vaginal ou gastrointestinal)
Hipotensão arterial
Derrame pleural
Edema pulmonar
Pericardite
Injeção conjuntival
Um sinal característico é a perda auditiva neurossensorial, que ocorre entre 20–30% dos doentes e pode ser permanente [1][6].
Exame Físico
Durante o exame físico, deve-se observar cuidadosamente:
Sinais vitais, nomeadamente febre e hipotensão
Exame oral e faríngeo em busca de faringite ou sangramento
Auscultação pulmonar para detectar estertores ou derrame pleural
Palpação abdominal para avaliar hepatomegalia ou esplenomegalia
Exame neurológico, incluindo avaliação da audição
Inspeção da pele em busca de petéquias ou sangramento subcutâneo [1][6]
Exames Diagnósticos
O diagnóstico definitivo da febre de Lassa requer testes laboratoriais especializados, incluindo:
RT-PCR para deteção do ARN viral (teste mais sensível e rápido) [1][8]
Ensaio ELISA para identificação de anticorpos IgM e IgG [1][6]
Imunofluorescência indireta para confirmação de aumento ≥4× do título IgG [1]
Isolamento do vírus em laboratórios de biossegurança nível 4 [1][8]
Também devem ser feitos hemograma completo, perfil bioquímico e testes de coagulação para avaliar a gravidade e complicações [1][6].
Abordagem em Emergências
A gestão da febre de Lassa nos serviços de emergência requer:
Isolamento imediato dos doentes suspeitos para impedir transmissão hospitalar [1][6]
Uso de equipamento de proteção individual adequado (máscaras de alta eficácia, vestuário protetor) [1][6]
Tratamento com ribavirina intravenosa, preferencialmente iniciado até ao sexto dia da doença [1][6]
Suporte de suporte, incluindo correção hidroeletrolítica, suporte hemodinâmico e tratamento sintomático [1][6]
Monitorização contínua de sinais vitais, função renal e hepática, e parâmetros de coagulação [6]
Notificação imediata às autoridades de saúde para ativar medidas de controlo e prevenção [8]
A febre de Lassa representa um desafio significativo nas regiões endémicas. O reconhecimento precoce, diagnóstico rigoroso e gestão adequada são cruciais para melhorar os resultados clínicos e evitar a propagação da doença.
Citações
[5] https://old.com.fundacionio.es/salud-io/enfermedades/virus/fiebres-hemorrágicas-virales/fiebre-lassa/
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