Fascite necrosante
- EmergenciasUNO
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A fascite necrosante é uma infeção grave e potencialmente fatal que exige diagnóstico e tratamento rápidos. A seguir, detalham-se os aspetos mais relevantes para o seu manejo em contexto de urgência:
Sintomas e sinais clínicos
Dor intensa e desproporcionada na zona afetada.
Edema e eritema cutâneo.
Febre e mal-estar geral.
Progressão rápida da infeção.
Possível presença de áreas de necrose ou bolhas na pele[3].
Exame físico
Durante o exame físico, o médico deve procurar:
Áreas de pele eritematosa, quente e edematosa.
Zonas de necrose ou alterações de coloração cutânea.
Crepitação subcutânea (em alguns casos).
Sinais de infeção sistémica (febre, taquicardia).
Possíveis portas de entrada para a infeção, como feridas ou lesões cutâneas pré-existentes[1][3].
Exames complementares
O diagnóstico de fascite necrosante baseia-se principalmente na apresentação clínica, mas alguns exames complementares podem ser úteis:
Análises sanguíneas: leucocitose, elevação de PCR e outros marcadores inflamatórios[1].
Exames de imagem: TC para avaliar a extensão da infeção e a presença de gás nos tecidos[3].
Culturas de tecido: para identificar o microrganismo causador e orientar a terapêutica antibiótica[3].
Manejo em contexto de emergência
O tratamento da fascite necrosante requer uma abordagem multidisciplinar e agressiva:
Desbridamento cirúrgico:
É essencial realizar um desbridamento cirúrgico imediato e extenso de todo o tecido necrótico[2][3].
Pode ser necessário realizar múltiplos desbridamentos.
Antibioterapia:
Iniciar tratamento antibiótico empírico de largo espectro imediatamente[3].
Ajustar conforme os resultados das culturas e a função renal do paciente.
Cuidados de suporte:
Manejo em unidade de cuidados intensivos.
Suporte hemodinâmico e respiratório conforme necessário.
Controlo da dor.
Terapia de pressão negativa:
O uso de sistemas de pressão negativa (VAC) pode ser benéfico para o manejo dos defeitos teciduais após o desbridamento[2].
Ajuda a promover a cicatrização e a reduzir a carga bacteriana.
Monitorização contínua:
Vigiar constantemente a progressão da infeção.
Avaliar a necessidade de desbridamentos adicionais.
Manejo multidisciplinar:
Envolver especialistas em cirurgia, doenças infeciosas, cuidados intensivos e outras especialidades conforme necessário[5].
É crucial lembrar que a fascite necrosante é uma emergência cirúrgica, e o tratamento inadequado ou tardio associa-se a uma elevada mortalidade.
O diagnóstico precoce e a intervenção cirúrgica imediata são fundamentais para melhorar o prognóstico do paciente[3][5].
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