Exame da Mão
- EmergenciasUNO

- 15 de jul.
- 3 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
O exame da mão é um processo clínico sistemático utilizado para avaliar os ossos, tendões, nervos e vasos sanguíneos em busca de lesões ou anomalias. Dada a complexa anatomia da mão, uma avaliação adequada é crucial para detetar fraturas, luxações, ruturas tendinosas e lesões nervosas ou vasculares, especialmente após um traumatismo. Uma avaliação minuciosa permite um diagnóstico preciso e um tratamento atempado para prevenir complicações.
Diagnóstico
Etapa do Exame | Descrição |
Inspeção: Deformidades | Deformidades visíveis em ossos ou articulações podem indicar fraturas, luxações ou ruturas tendinosas. |
Inspeção: Equimose ou eritema | Sugere traumatismo recente ou inflamação. |
Inspeção: Atrofia muscular | Pode indicar lesão nervosa crónica. |
Inspeção: Posição dos dedos | Posições anómalas podem refletir lesões dos tendões flexores ou extensores (ex.: dedo em martelo, deformidade em boutonnière). |
Palpação: Sensibilidade | Palpar cada osso, articulação e tendão para identificar pontos de dor específicos que indiquem fraturas, entorses ou tenossinovite. |
Palpação: Crepitação | Pode sugerir fratura ou lesão articular. |
Palpação: Edema localizado | Indica lesões articulares ou tendinosas. |
Avaliação da mobilidade: Ativa | Pedir ao paciente que flecta e estenda os dedos, polegar e punho para avaliar a função dos tendões flexores e extensores. |
Avaliação da mobilidade: Passiva | O examinador move os dedos e o punho do paciente para detetar resistência ou dor, o que indica contraturas ou rigidez articular. |
Avaliação da força de preensão | Pedir ao paciente que aperte a mão do examinador; útil para detetar fraqueza causada por lesões nervosas ou tendinosas. |
Avaliação neurológica: Sensibilidade | Avaliar a sensibilidade nas áreas inervadas pelos nervos mediano, radial e cubital. A perda sugere lesão nervosa. |
Avaliação neurológica: Sinal de Tinel | Percussão suave sobre o túnel cárpico; positivo se causar formigueiro ou dor. |
Avaliação neurológica: Teste de Phalen | Pedir ao paciente que flecta os punhos durante 60 segundos; dor ou parestesias sugerem síndrome do túnel cárpico. |
Avaliação vascular: Teste de Allen | Avalia a perfusão da mão verificando a permeabilidade das artérias radial e cubital. Comprime-se uma artéria enquanto o paciente abre e fecha a mão para observar o retorno da coloração. |
Avaliação vascular: Pulsos | Palpar os pulsos radial e cubital para garantir circulação adequada. |
Diagnóstico Diferencial
Lesão | Características Distintivas |
Fratura da falange | Dor localizada, deformidade óssea palpável ou visível, limitação da mobilidade ativa e passiva. |
Rutura do tendão flexor ou extensor | Incapacidade para fletir ou estender o dedo afetado, frequentemente associada a traumatismo ou lacerações. |
Síndrome do túnel cárpico | Parestesias na zona do nervo mediano (polegar, indicador e médio), dor no punho. |
Lesão do nervo cubital | Perda de sensibilidade no dedo mínimo, fraqueza na flexão dos dedos, atrofia muscular visível. |
Artrite reumatoide | Rigidez matinal, inflamação simétrica das pequenas articulações, desvio cubital, dor crónica. |
Abordagem de Urgência
A abordagem inicial em urgência depende dos achados clínicos. As fraturas devem ser imobilizadas e encaminhadas para redução ou cirurgia, se necessário. As feridas abertas que envolvem tendões ou nervos requerem reparação cirúrgica.
Se houver suspeita de lesão nervosa ou vascular, é necessária uma avaliação especializada imediata. O controlo da dor inclui analgésicos e anti-inflamatórios.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo varia consoante o diagnóstico específico. As fraturas podem exigir redução ou fixação cirúrgica; as lesões tendinosas requerem frequentemente reparação cirúrgica seguida de imobilização e reabilitação.
As lesões nervosas necessitam de avaliação neurológica especializada. A tenossinovite é tratada com AINEs, fisioterapia ou, em alguns casos, cirurgia. A reabilitação é crucial para restaurar a função e prevenir complicações a longo prazo.

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