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Exame da Mão

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



O exame da mão é um processo clínico sistemático utilizado para avaliar os ossos, tendões, nervos e vasos sanguíneos em busca de lesões ou anomalias. Dada a complexa anatomia da mão, uma avaliação adequada é crucial para detetar fraturas, luxações, ruturas tendinosas e lesões nervosas ou vasculares, especialmente após um traumatismo. Uma avaliação minuciosa permite um diagnóstico preciso e um tratamento atempado para prevenir complicações.


Diagnóstico

Etapa do Exame

Descrição

Inspeção: Deformidades

Deformidades visíveis em ossos ou articulações podem indicar fraturas, luxações ou ruturas tendinosas.

Inspeção: Equimose ou eritema

Sugere traumatismo recente ou inflamação.

Inspeção: Atrofia muscular

Pode indicar lesão nervosa crónica.

Inspeção: Posição dos dedos

Posições anómalas podem refletir lesões dos tendões flexores ou extensores (ex.: dedo em martelo, deformidade em boutonnière).

Palpação: Sensibilidade

Palpar cada osso, articulação e tendão para identificar pontos de dor específicos que indiquem fraturas, entorses ou tenossinovite.

Palpação: Crepitação

Pode sugerir fratura ou lesão articular.

Palpação: Edema localizado

Indica lesões articulares ou tendinosas.

Avaliação da mobilidade: Ativa

Pedir ao paciente que flecta e estenda os dedos, polegar e punho para avaliar a função dos tendões flexores e extensores.

Avaliação da mobilidade: Passiva

O examinador move os dedos e o punho do paciente para detetar resistência ou dor, o que indica contraturas ou rigidez articular.

Avaliação da força de preensão

Pedir ao paciente que aperte a mão do examinador; útil para detetar fraqueza causada por lesões nervosas ou tendinosas.

Avaliação neurológica: Sensibilidade

Avaliar a sensibilidade nas áreas inervadas pelos nervos mediano, radial e cubital. A perda sugere lesão nervosa.

Avaliação neurológica: Sinal de Tinel

Percussão suave sobre o túnel cárpico; positivo se causar formigueiro ou dor.

Avaliação neurológica: Teste de Phalen

Pedir ao paciente que flecta os punhos durante 60 segundos; dor ou parestesias sugerem síndrome do túnel cárpico.

Avaliação vascular: Teste de Allen

Avalia a perfusão da mão verificando a permeabilidade das artérias radial e cubital. Comprime-se uma artéria enquanto o paciente abre e fecha a mão para observar o retorno da coloração.

Avaliação vascular: Pulsos

Palpar os pulsos radial e cubital para garantir circulação adequada.


Diagnóstico Diferencial


Lesão

Características Distintivas

Fratura da falange

Dor localizada, deformidade óssea palpável ou visível, limitação da mobilidade ativa e passiva.

Rutura do tendão flexor ou extensor

Incapacidade para fletir ou estender o dedo afetado, frequentemente associada a traumatismo ou lacerações.

Síndrome do túnel cárpico

Parestesias na zona do nervo mediano (polegar, indicador e médio), dor no punho.

Lesão do nervo cubital

Perda de sensibilidade no dedo mínimo, fraqueza na flexão dos dedos, atrofia muscular visível.

Artrite reumatoide

Rigidez matinal, inflamação simétrica das pequenas articulações, desvio cubital, dor crónica.

Abordagem de Urgência


A abordagem inicial em urgência depende dos achados clínicos. As fraturas devem ser imobilizadas e encaminhadas para redução ou cirurgia, se necessário. As feridas abertas que envolvem tendões ou nervos requerem reparação cirúrgica.


Se houver suspeita de lesão nervosa ou vascular, é necessária uma avaliação especializada imediata. O controlo da dor inclui analgésicos e anti-inflamatórios.


Tratamento Definitivo


O tratamento definitivo varia consoante o diagnóstico específico. As fraturas podem exigir redução ou fixação cirúrgica; as lesões tendinosas requerem frequentemente reparação cirúrgica seguida de imobilização e reabilitação.


As lesões nervosas necessitam de avaliação neurológica especializada. A tenossinovite é tratada com AINEs, fisioterapia ou, em alguns casos, cirurgia. A reabilitação é crucial para restaurar a função e prevenir complicações a longo prazo.

 
 
 

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