Estado Confusional Agudo – Delírio
- EmergenciasUNO
- 19 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O estado confusional agudo, também conhecido como delírio, é um síndrome neuropsiquiátrico caracterizado por alteração aguda e flutuante da atenção e da cognição. É uma condição frequente e potencialmente grave, especialmente em doentes idosos hospitalizados[1][2].
Sintomas
Os sintomas principais incluem:
Alteração da atenção e da consciência
Alterações cognitivas (memória, orientação, linguagem)
Início agudo (horas a dias) e curso flutuante
Alterações perceptivas (alucinações, ilusões)
Distúrbios do ciclo sono-vigília
Alterações emocionais (ansiedade, irritabilidade, euforia)[1][3]
Sinais Clínicos
Os sinais mais relevantes são:
Nível de consciência alterado (hiperalerta ou sonolento)
Desorientação no tempo, espaço e/ou pessoa
Discurso incoerente ou desorganizado
Alterações psicomotoras (agitação ou inibição)
Inversão do ciclo sono-vigília
Sintomas autonómicos (taquicardia, sudorese, rubor)[2][4]
Exploração
A avaliação do doente com suspeita de delírio deve incluir:
Avaliação do estado mental e nível de consciência
Avaliação da atenção e orientação
Exame neurológico completo
Pesquisa de sinais de infeção ou desidratação
Avaliação da função cardiopulmonar
Exame abdominal[5][6]
Exames Complementares
O diagnóstico é principalmente clínico, mas podem ser realizados os seguintes exames:
Análises sanguíneas (hemograma, bioquímica, eletrólitos)
Análise de urina
Gasometria arterial
Electrocardiograma
Radiografia torácica
Tomografia computorizada cerebral (se houver suspeita de patologia intracraniana)
Electroencefalograma (pode mostrar lentificação difusa)[3][6]
Para confirmação clínica, recomenda-se o uso de ferramentas validadas, como o Confusion Assessment Method (CAM) ou os critérios do DSM-5[3][5].
Manejo em Emergência
O tratamento do delírio no serviço de urgência deve incluir:
Identificação e tratamento da causa subjacente
Medidas de suporte (hidratação, oxigenação, correção de alterações metabólicas)
Otimização do ambiente (reorientação, presença de familiares, iluminação adequada)
Evitar restrições físicas
Tratamento farmacológico cuidadoso da agitação, se necessário (antipsicóticos em doses baixas)
Prevenção de complicações (quedas, úlceras de pressão)
Educação ao paciente e familiares sobre a natureza do quadro[2][4][6]
É fundamental lembrar que o delírio é uma emergência médica que exige abordagem multidisciplinar e diagnóstico etiológico precoce para melhorar o prognóstico do doente[1][4].
O estado confusional agudo — ou delírio — é um síndrome complexo e frequente que exige elevado grau de suspeita, diagnóstico precoce e intervenção integral para reduzir a morbimortalidade associada.
A implementação de protocolos de deteção e manejo em serviços de emergência pode melhorar significativamente os resultados nestes doentes.
Citações
[3] https://www.elsevier.es/es-revista-revista-medica-clinica-las-condes-202-articulo-delirium-en-el-adulto-mayor-S0716864019301142
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