Erisipela
- EmergenciasUNO
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A erisipela é uma infeção bacteriana aguda que afeta as camadas superficiais da pele, principalmente a derme e os vasos linfáticos subjacentes. Esta condição é causada predominantemente por estreptococos, em especial Streptococcus pyogenes, embora em menor grau também possa ser provocada por Staphylococcus aureus[1][3][5].
Sintomas
Os sintomas da erisipela geralmente surgem de forma súbita e incluem:
Febre alta (geralmente superior a 38°C)
Calafrios
Mal-estar geral
Dor na zona afetada
Sensação de calor e ardor na pele[1][2][3]
É importante destacar que a febre pode preceder o aparecimento dos sinais cutâneos por algumas horas, embora em cerca de 15% dos casos possa estar ausente[6].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos típicos da erisipela são:
Placa eritematosa de cor vermelha viva
Bordos bem definidos e elevados
Edema local
Aumento da temperatura na zona afetada
Possível formação de bolhas ou vesículas[1][2][3]
A lesão típica apresenta-se como uma placa de extensão variável, com limites precisos que não se confundem com a pele normal adjacente. A localização mais frequente é nos membros inferiores, embora também possa afetar a face, braços e outras zonas do corpo[3][6].
Exame Físico
Durante o exame físico, o médico observará:
Placa eritematosa com bordos definidos e elevados
Pele quente e firme ao toque
Possível linfangite e adenopatias regionais
Em casos de envolvimento facial, pode haver edema palpebral[1][2][3]
É crucial procurar uma possível porta de entrada para a infeção, como pequenas feridas, fissuras interdigitais ou lesões cutâneas pré-existentes[5].
Exames Diagnósticos
O diagnóstico da erisipela é principalmente clínico, baseado na história e no exame físico. Contudo, em casos complicados ou atípicos, podem ser realizados os seguintes exames:
Hemograma: costuma revelar leucocitose com neutrofilia
Proteína C reativa: níveis elevados
Hemoculturas: geralmente com baixo rendimento (positivas em menos de 5% dos casos)
Cultura do exsudado de lesões bolhosas: pode ser útil em casos selecionados
Títulos de antiestreptolisina O (ASO): podem estar elevados em cerca de 40% dos casos[3][4][5]
Em pacientes hospitalizados, recomenda-se a realização de hemoculturas, especialmente se houver sinais de infeção sistémica[5].
Tratamento de Emergência
O tratamento da erisipela no serviço de urgência deve incluir:
Antibioterapia:
Primeira linha: Penicilina oral ou intravenosa, conforme a gravidade
Alternativas em caso de alergia à penicilina: macrólidos, clindamicina ou cefalosporinas[1][3][5]
Medidas de suporte:
Analgésicos e antipiréticos para controlo sintomático
Elevação do membro afetado para reduzir o edema
Hidratação adequada[2][3]
Tratamento de fatores predisponentes:
Controlo de infeções fúngicas interdigitais, se presentes
Cuidado de feridas ou úlceras pré-existentes[3][5]
Avaliação de critérios para internamento:
Sinais de infeção sistémica grave
Comorbilidades relevantes
Falta de resposta ao tratamento oral[3][5]
Seguimento:
Reavaliação em 48-72 horas para monitorizar a resposta ao tratamento
Considerar o uso de meias de compressão para prevenir recorrências[3]
A erisipela é uma infeção cutânea aguda que exige diagnóstico precoce e antibioticoterapia adequada. O tratamento em emergência deve focar-se na identificação rápida dos sinais e sintomas característicos, início da terapêutica antimicrobiana apropriada e avaliação de eventuais complicações ou necessidade de internamento.
Citações
[3] https://www.msdmanuals.com/es-ec/hogar/trastornos-de-la-piel/infecciones-bacterianas-de-la-piel/erisipela
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