Erisipela
- EmergenciasUNO
- 12 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A erisipela é uma infeção bacteriana aguda que afeta as camadas superficiais da pele, principalmente a derme e os vasos linfáticos subjacentes. Esta condição é causada predominantemente por estreptococos, em particular Streptococcus pyogenes, embora Staphylococcus aureus também possa estar envolvido, embora com menor frequência[1][3][5].
Sintomas
Os sintomas da erisipela geralmente surgem de forma súbita e incluem:
Febre alta (geralmente superior a 38 °C)
Arrepios
Mal-estar geral
Dor na zona afetada
Sensação de calor e ardor na pele[1][2][3]
É importante destacar que a febre pode preceder o aparecimento dos sinais cutâneos por algumas horas, embora possa estar ausente em cerca de 15% dos casos[6].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos característicos da erisipela são:
Placa eritematosa de cor vermelho-vivo
Bordos bem definidos e elevados
Edema local
Aumento da temperatura na área afetada
Possível formação de bolhas ou vesículas[1][2][3]
A lesão típica apresenta-se como uma placa de extensão variável, com limites bem definidos que não se confundem com a pele circundante normal. A localização mais comum é nos membros inferiores, embora também possa afetar o rosto, os braços e outras áreas do corpo[3][6].
Exploração
Durante o exame físico, o médico observará:
Placa eritematosa com margens definidas e elevadas
Pele quente e firme ao toque
Possível linfangite e adenopatias regionais
Em casos de envolvimento facial, pode haver edema palpebral[1][2][3]
É crucial investigar a presença de uma possível porta de entrada para a infeção, como pequenas feridas, fissuras interdigitais ou lesões cutâneas pré-existentes[5].
Exames Diagnósticos
O diagnóstico da erisipela é principalmente clínico, com base na história e no exame físico. No entanto, em casos complicados ou atípicos, podem ser realizados os seguintes exames:
Hemograma: geralmente revela leucocitose com neutrofilia
Proteína C reativa: níveis elevados
Hemoculturas: geralmente com baixo rendimento (positivas em menos de 5% dos casos)
Cultura do aspirado de lesões bolhosas: pode ser útil em casos selecionados
Títulos de antiestreptolisina O (ASO): podem estar elevados em cerca de 40% dos casos[3][4][5]
Em doentes hospitalizados, é recomendada a realização de hemoculturas, especialmente se houver sinais de infeção sistémica[5].
Abordagem em Situação de Emergência
O tratamento da erisipela no serviço de urgência deve incluir:
Antibioticoterapia:
Primeira linha: penicilina oral ou intravenosa, consoante a gravidade
Alternativas em caso de alergia à penicilina: macrólidos, clindamicina ou cefalosporinas[1][3][5]
Medidas de suporte:
Analgésicos e antipiréticos para controlo sintomático
Elevação do membro afetado para reduzir o edema
Hidratação adequada[2][3]
Tratamento dos fatores predisponentes:
Tratamento de infeções fúngicas interdigitais, se presentes
Cuidados com feridas ou úlceras pré-existentes[3][5]
Avaliação de critérios de internamento:
Sinais de infeção sistémica grave
Comorbilidades significativas
Falta de resposta ao tratamento oral[3][5]
Acompanhamento:
Agendar reavaliação em 48–72 horas para verificar resposta ao tratamento
Considerar o uso de meias de compressão para prevenir recorrências[3]
A erisipela é uma infeção cutânea aguda que exige diagnóstico precoce e antibioterapia adequada. A gestão em contexto de urgência deve centrar-se na identificação rápida dos sinais e sintomas característicos, início imediato do tratamento antimicrobiano apropriado e avaliação de possíveis complicações ou necessidade de internamento hospitalar.
Citações
[3] https://www.msdmanuals.com/es-ec/hogar/trastornos-de-la-piel/infecciones-bacterianas-de-la-piel/erisipela
Comments