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Epistaxe

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



A epistaxe, vulgarmente conhecida como hemorragia nasal, é um sinal clínico frequente que pode afetar tanto crianças como adultos. Define-se como a perda de sangue proveniente dos vasos das fossas nasais[1]. Embora geralmente seja um processo benigno e autolimitado, por vezes pode ser grave e requerer atenção médica urgente.


Sintomas


Os principais sintomas da epistaxe incluem:


  • Sangramento por uma ou ambas as narinas[2]


  • Sensação de líquido a escorrer pela garganta


  • Náuseas ou vómitos com sangue (devido à deglutição do mesmo)[5]


  • Fraqueza, tonturas ou desmaios em casos de sangramento abundante[9]


Sinais clínicos


Durante a avaliação clínica, podem ser observados os seguintes sinais:


  • Sangue ativo a sair pelas fossas nasais


  • Coágulos nas fossas nasais ou faringe


  • Palidez cutâneo-mucosa em casos graves[5]


  • Taquicardia e hipotensão se houver perda significativa de sangue[5]


Avaliação


A avaliação do paciente com epistaxe deve incluir:


  • Rinoscopia anterior com espéculo nasal e boa iluminação[1]


  • Avaliação da área de Kiesselbach (zona anterior do septo nasal)[3]


  • Exame da orofaringe para detetar sangramento posterior[5]


  • Endoscopia nasal nos casos de sangramento não visível na rinoscopia anterior[5]


Exames diagnósticos


Embora o diagnóstico de epistaxe seja principalmente clínico, em certos casos podem ser necessários os seguintes exames:


  • Hemograma completo e provas de coagulação (em casos de sangramento grave ou recorrente)[5]


  • Tomografia Computorizada se houver suspeita de tumor, corpo estranho ou sinusite[5]


  • Arteriografia em casos de epistaxe posterior grave ou suspeita de malformações vasculares[1]


Manejo em Emergências


A abordagem inicial da epistaxe no serviço de urgência inclui:


  • Avaliação do estado hemodinâmico do paciente[5]


  • Compressão digital das asas nasais durante 10-15 minutos[9]


  • Colocação do paciente em posição sentada com ligeira inclinação para a frente[7]


  • Aplicação de compressas frias sobre o dorso nasal e pescoço[7]


  • Se o sangramento persistir, tamponamento anterior com materiais hemostáticos ou vasoconstritores[10]


  • Nos casos de epistaxe posterior ou sangramento incontrolável, considerar tamponamento posterior ou encaminhamento para otorrinolaringologia[10]


É importante destacar que a maioria dos episódios de epistaxe é autolimitada e pode ser gerida com medidas simples. Contudo, em casos de sangramento persistente, recorrente ou associado a sinais de alarme, deve ser realizada uma avaliação mais aprofundada e consideradas causas subjacentes como hipertensão arterial, distúrbios da coagulação ou tumores nasais[3][10].


A gestão adequada da epistaxe no serviço de urgência requer uma abordagem sistemática, desde a avaliação inicial até ao tratamento definitivo, tendo em conta a possibilidade de complicações graves em determinados grupos de pacientes.


Citações


 
 
 

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