Epididimite Aguda
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
A epididimite aguda é uma condição inflamatória que afeta o epidídimo, uma estrutura tubular localizada na parte posterior do testículo. Este artigo académico abordará os aspetos chave da epididimite aguda, incluindo os seus sintomas, sinais clínicos, exame físico, testes diagnósticos e o manejo em situações de emergência.
Sintomas
A epididimite aguda caracteriza-se pelo aparecimento gradual de sintomas que podem variar em intensidade. Os pacientes geralmente apresentam:
Dor escrotal unilateral, que pode ser intensa e ocasionalmente irradiar-se para o abdómen[1][6].
Sensação de peso e calor no testículo afetado[3].
Desconforto ao urinar (disúria) e aumento da frequência urinária[3][7].
Em alguns casos, secreção uretral, especialmente em adolescentes sexualmente ativos[1].
Ocasionalmente, febre e mal-estar geral[6][7].
É importante salientar que se os sintomas persistirem por mais de 6 semanas, considera-se epididimite crónica[3].
Sinais Clínicos
O exame físico revela vários sinais característicos da epididimite aguda:
Edema e eritema do hemiescroto afetado[1][6].
Endurecimento (induração) e sensibilidade acentuada do epidídimo[6].
Em casos de orquiepididimite, o testículo adjacente também pode estar inflamado[6].
Pode observar-se hidrocele reativa[1].
Em adolescentes sexualmente ativos, pode haver descarga uretral visível[1].
Exame Físico
O exame físico é crucial para o diagnóstico e deve incluir:
Inspeção visual do escroto para identificar edema e eritema[1].
Palpação cuidadosa do epidídimo e do testículo para avaliar dor, induração e aumento de volume[6].
Realização do sinal de Prehn: a elevação do escroto alivia a dor na epididimite, ao contrário da torção testicular[1].
Verificação do reflexo cremastérico, que deve estar presente na epididimite[1].
Exame dos gânglios linfáticos inguinais[5].
Em alguns casos, exame retal para avaliar a próstata[5].
Testes Diagnósticos
Para confirmar o diagnóstico e excluir outras patologias, recomendam-se os seguintes testes:
Análise de urina e urocultura para identificar infeções urinárias[1][5].
Exsudado uretral para detetar infeções sexualmente transmissíveis, especialmente em jovens[1][5].
Hemograma e dosagem de proteína C reativa para avaliar a resposta inflamatória[1].
Ecografia testicular com Doppler colorido, essencial para excluir torção testicular e avaliar o fluxo sanguíneo[3][5][6].
Em casos selecionados, análise do sémen para detetar leucócitos[3].
Tratamento de Emergência
O tratamento inicial da epididimite aguda no serviço de urgência deve incluir:
Avaliação rápida para excluir torção testicular, que requer intervenção cirúrgica urgente[5].
Início de terapêutica antibiótica empírica:
Em adultos jovens: ceftriaxona 500 mg IM (dose única) mais doxiciclina 100 mg por via oral a cada 12 horas durante 10 dias[6].
Em indivíduos com mais de 35 anos ou com suspeita de patógenos entéricos: levofloxacina 500 mg por via oral uma vez ao dia durante 10 dias[6].
Controlo da dor com anti-inflamatórios não esteroides[6].
Medidas de suporte:
Elevação escrotal com suspensório[6].
Aplicação local de gelo[6].
Educação do paciente sobre a importância do cumprimento do tratamento e do acompanhamento médico[1].
A epididimite aguda é uma condição urológica comum que requer um diagnóstico preciso e um tratamento atempado. O reconhecimento dos sintomas e sinais característicos, juntamente com os testes diagnósticos adequados, permite um tratamento eficaz e previne complicações potenciais.
Citações
[4] https://www.elsevier.es/es-revista-medicina-familia-semergen-40-articulo-epididimitis-lesiones-cutaneas-13138528
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