Epicondilite Medial
- EmergenciasUNO

- 17 de jul.
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MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A epicondilite medial, também conhecida como “cotovelo de golfista”, corresponde à inflamação ou micro-rotura dos tendões dos músculos flexores e pronadores do antebraço na sua inserção no epicôndilo medial do úmero.
Esta patologia é geralmente provocada por movimentos repetitivos de flexão do punho ou de pronação do antebraço, sendo comum em desportos como o golfe, basebol ou atividades manuais repetitivas.
Embora seja menos prevalente do que a epicondilite lateral, pode afetar indivíduos de todas as idades, especialmente entre os 30 e os 50 anos.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico e baseia-se em:
História de dor na face medial do cotovelo, agravada por movimentos de flexão do punho ou atividades de preensão;
Sensibilidade à palpação do epicôndilo medial;
Teste provocativo positivo: dor ao pedir ao doente que flexione o punho contra resistência (teste do “cotovelo de golfista”).
Exames complementares (ecografia ou RMN) são reservados para casos persistentes ou atípicos, para avaliar inflamação tendinosa ou micro-roturas.
Diagnóstico Diferencial
Patologia | Características Clínicas |
Epicondilite lateral | Dor na face lateral do cotovelo, relacionada com extensão repetitiva do punho. |
Bursite do olécrano | Edema posterior do cotovelo, sem relação com esforço ou uso repetitivo. |
Síndrome do túnel cubital | Parestesias nos 4.º e 5.º dedos, associadas à compressão do nervo cubital. |
Entorse do ligamento colateral medial | Dor medial com instabilidade articular, comum em desportos de arremesso. |
Fratura do côndilo medial | Dor súbita pós-trauma, sensibilidade local e evidência radiográfica de fratura. |
Abordagem em Contexto de Urgência
O tratamento inicial inclui:
Administração de AINEs para controlo da dor e inflamação;
Aplicação de gelo local nas primeiras 48h;
Uso de ortótese ou braçadeira epicondilar para reduzir a tensão sobre os tendões afetados;
Repouso funcional, evitando atividades que exacerbam a dor.
Recomenda-se encaminhamento precoce para fisioterapia, com foco em alongamentos e reforço muscular.
Tratamento Definitivo
O tratamento é geralmente conservador, baseado em:
Fisioterapia para fortalecimento dos músculos flexores e melhora da flexibilidade;
Adaptação ergonómica e modificação de hábitos de esforço repetitivo;
Uso de ortóteses funcionais (cinchas epicondilares) ou talas temporárias em casos sintomáticos.
Nos casos refratários:
Podem considerar-se infiltrações de corticosteroides ou terapias complementares como a terapia por ondas de choque extracorpóreas (TOCE);
Casos crónicos ou resistentes ao tratamento conservador podem justificar intervenção cirúrgica para desbridamento ou libertação tendinosa.

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