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Epicondilite Medial

MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES



A epicondilite medial, também conhecida como “cotovelo de golfista”, corresponde à inflamação ou micro-rotura dos tendões dos músculos flexores e pronadores do antebraço na sua inserção no epicôndilo medial do úmero.


Esta patologia é geralmente provocada por movimentos repetitivos de flexão do punho ou de pronação do antebraço, sendo comum em desportos como o golfe, basebol ou atividades manuais repetitivas.


Embora seja menos prevalente do que a epicondilite lateral, pode afetar indivíduos de todas as idades, especialmente entre os 30 e os 50 anos.


Diagnóstico


O diagnóstico é clínico e baseia-se em:


  • História de dor na face medial do cotovelo, agravada por movimentos de flexão do punho ou atividades de preensão;


  • Sensibilidade à palpação do epicôndilo medial;


  • Teste provocativo positivo: dor ao pedir ao doente que flexione o punho contra resistência (teste do “cotovelo de golfista”).


Exames complementares (ecografia ou RMN) são reservados para casos persistentes ou atípicos, para avaliar inflamação tendinosa ou micro-roturas.


Diagnóstico Diferencial


Patologia

Características Clínicas

Epicondilite lateral

Dor na face lateral do cotovelo, relacionada com extensão repetitiva do punho.

Bursite do olécrano

Edema posterior do cotovelo, sem relação com esforço ou uso repetitivo.

Síndrome do túnel cubital

Parestesias nos 4.º e 5.º dedos, associadas à compressão do nervo cubital.

Entorse do ligamento colateral medial

Dor medial com instabilidade articular, comum em desportos de arremesso.

Fratura do côndilo medial

Dor súbita pós-trauma, sensibilidade local e evidência radiográfica de fratura.


Abordagem em Contexto de Urgência


O tratamento inicial inclui:


  • Administração de AINEs para controlo da dor e inflamação;


  • Aplicação de gelo local nas primeiras 48h;


  • Uso de ortótese ou braçadeira epicondilar para reduzir a tensão sobre os tendões afetados;


  • Repouso funcional, evitando atividades que exacerbam a dor.


Recomenda-se encaminhamento precoce para fisioterapia, com foco em alongamentos e reforço muscular.


Tratamento Definitivo


O tratamento é geralmente conservador, baseado em:


  • Fisioterapia para fortalecimento dos músculos flexores e melhora da flexibilidade;


  • Adaptação ergonómica e modificação de hábitos de esforço repetitivo;


  • Uso de ortóteses funcionais (cinchas epicondilares) ou talas temporárias em casos sintomáticos.


Nos casos refratários:


  • Podem considerar-se infiltrações de corticosteroides ou terapias complementares como a terapia por ondas de choque extracorpóreas (TOCE);


  • Casos crónicos ou resistentes ao tratamento conservador podem justificar intervenção cirúrgica para desbridamento ou libertação tendinosa.

 
 
 

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