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Envenenamento por Peixe

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025


O envenenamento por peixe é uma condição médica resultante da ingestão de toxinas presentes em determinadas espécies de peixes. Este artigo revê os aspetos fundamentais desta patologia, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame físico, exames diagnósticos e abordagem em contexto de emergência.


Sintomas


Os sintomas do envenenamento por peixe variam conforme o tipo de toxina envolvida, mas geralmente surgem entre 15 e 90 minutos após a ingestão [1]. No caso da escombroidose, uma forma comum de intoxicação por peixe, os sintomas incluem:


  • Eritema cutâneo, especialmente na face, pescoço e tronco


  • Sensação de formigueiro ou ardor na boca


  • Sensação febril


  • Hiperemia conjuntival


  • Prurido


  • Náuseas e vómitos


  • Diarreia


  • Dor abdominal


  • Disfagia


  • Cefaleia


  • Sede


  • Palpitações [1]


Na intoxicação por ciguatera, os sintomas podem incluir cólicas abdominais, dor de cabeça, dores musculares e uma inversão das sensações de quente e frio [6].


Sinais Clínicos


Os sinais clínicos observáveis em casos de envenenamento por peixe podem incluir:


  • Eritema generalizado, principalmente na face e pescoço


  • Taquicardia (até 120 bpm em alguns casos)


  • Lesões cutâneas com aspeto espumoso


  • Hipotensão em casos graves


  • Angioedema [1][3]


Nos casos de intoxicação por tetrodotoxina, pode verificar-se paralisia muscular progressiva [6].


Exame Físico


Durante o exame físico, o médico pode realizar as seguintes ações:


  • Medição da pressão arterial e pulso para avaliar sinais de desidratação


  • Avaliação do estado geral quanto a febre e desidratação


  • Auscultação abdominal com estetoscópio


  • Palpação abdominal para detetar dor ou sensibilidade


  • Exame retal digital para verificar presença de sangue nas fezes [5]


Exames Diagnósticos


O diagnóstico do envenenamento por peixe é, em grande parte, clínico, baseado na história e nos sintomas apresentados [1]. No entanto, podem ser realizados os seguintes exames:


  • Análise de fezes: pode revelar presença de vírus, bactérias ou parasitas


  • Análise de sangue: pode indicar sinais de infeção ou complicações como desidratação


  • Dosagem de histamina no peixe consumido (em casos de escombroidose)


  • Dosagem de histamina na urina do paciente (embora não seja um exame de rotina) [1][5]


Abordagem em Situações de Emergência


O tratamento do envenenamento por peixe é principalmente sintomático e de suporte. As medidas no serviço de urgência podem incluir:


  • Hidratação intravenosa para tratar a desidratação


  • Administração de anti-histamínicos, especialmente em casos de escombroidose


  • Utilização de corticosteroides, embora a sua eficácia seja controversa


  • Administração de antieméticos e broncodilatadores, conforme o quadro clínico


  • Em casos graves de intoxicação por ciguatera, pode considerar-se o uso de manitol intravenoso [1][3][4][6]


Nos casos de intoxicação por tetrodotoxina com paralisia respiratória, pode ser necessário o uso de ventilação mecânica [6].


É essencial que o tratamento seja individualizado de acordo com a gravidade dos sintomas e o tipo específico de toxina envolvida. Além disso, deve-se notificar as autoridades de saúde competentes para prevenir surtos [1].


O envenenamento por peixe é uma condição potencialmente grave que exige diagnóstico rápido e abordagem adequada. O conhecimento das suas diferentes manifestações e opções terapêuticas é fundamental para os profissionais de saúde que atuam em contextos de emergência.


Citações



 
 
 

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