Envenenamento por Peixe
- EmergenciasUNO
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025
O envenenamento por peixe é uma condição médica resultante da ingestão de toxinas presentes em determinadas espécies de peixes. Este artigo revê os aspetos fundamentais desta patologia, incluindo sintomas, sinais clínicos, exame físico, exames diagnósticos e abordagem em contexto de emergência.
Sintomas
Os sintomas do envenenamento por peixe variam conforme o tipo de toxina envolvida, mas geralmente surgem entre 15 e 90 minutos após a ingestão [1]. No caso da escombroidose, uma forma comum de intoxicação por peixe, os sintomas incluem:
Eritema cutâneo, especialmente na face, pescoço e tronco
Sensação de formigueiro ou ardor na boca
Sensação febril
Hiperemia conjuntival
Prurido
Náuseas e vómitos
Diarreia
Dor abdominal
Disfagia
Cefaleia
Sede
Palpitações [1]
Na intoxicação por ciguatera, os sintomas podem incluir cólicas abdominais, dor de cabeça, dores musculares e uma inversão das sensações de quente e frio [6].
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos observáveis em casos de envenenamento por peixe podem incluir:
Eritema generalizado, principalmente na face e pescoço
Taquicardia (até 120 bpm em alguns casos)
Lesões cutâneas com aspeto espumoso
Hipotensão em casos graves
Angioedema [1][3]
Nos casos de intoxicação por tetrodotoxina, pode verificar-se paralisia muscular progressiva [6].
Exame Físico
Durante o exame físico, o médico pode realizar as seguintes ações:
Medição da pressão arterial e pulso para avaliar sinais de desidratação
Avaliação do estado geral quanto a febre e desidratação
Auscultação abdominal com estetoscópio
Palpação abdominal para detetar dor ou sensibilidade
Exame retal digital para verificar presença de sangue nas fezes [5]
Exames Diagnósticos
O diagnóstico do envenenamento por peixe é, em grande parte, clínico, baseado na história e nos sintomas apresentados [1]. No entanto, podem ser realizados os seguintes exames:
Análise de fezes: pode revelar presença de vírus, bactérias ou parasitas
Análise de sangue: pode indicar sinais de infeção ou complicações como desidratação
Dosagem de histamina no peixe consumido (em casos de escombroidose)
Dosagem de histamina na urina do paciente (embora não seja um exame de rotina) [1][5]
Abordagem em Situações de Emergência
O tratamento do envenenamento por peixe é principalmente sintomático e de suporte. As medidas no serviço de urgência podem incluir:
Hidratação intravenosa para tratar a desidratação
Administração de anti-histamínicos, especialmente em casos de escombroidose
Utilização de corticosteroides, embora a sua eficácia seja controversa
Administração de antieméticos e broncodilatadores, conforme o quadro clínico
Em casos graves de intoxicação por ciguatera, pode considerar-se o uso de manitol intravenoso [1][3][4][6]
Nos casos de intoxicação por tetrodotoxina com paralisia respiratória, pode ser necessário o uso de ventilação mecânica [6].
É essencial que o tratamento seja individualizado de acordo com a gravidade dos sintomas e o tipo específico de toxina envolvida. Além disso, deve-se notificar as autoridades de saúde competentes para prevenir surtos [1].
O envenenamento por peixe é uma condição potencialmente grave que exige diagnóstico rápido e abordagem adequada. O conhecimento das suas diferentes manifestações e opções terapêuticas é fundamental para os profissionais de saúde que atuam em contextos de emergência.
Citações
[3] https://www.elsevier.es/es-revista-medicina-familia-semergen-40-articulo-escombroidosis-causa-frecuente-intoxicacion-alimentaria-S1138359315001756
[5] https://www.niddk.nih.gov/health-information/informacion-de-la-salud/enfermedades-digestivas/intoxicacion-alimentos/diagnostico
[6] https://www.msdmanuals.com/es/hogar/traumatismos-y-envenenamientos/intoxicaciones-o-envenenamientos/intoxicación-por-pescado-y-marisco
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