Entorse Cervical
- EmergenciasUNO

- 18 de jul.
- 2 min de leitura
MANUAL DE EMERGÊNCIAS MENORES
A entorse cervical, também conhecida como entorse do pescoço, ocorre quando os ligamentos cervicais — que ligam as vértebras da coluna cervical — são distendidos ou rompidos na sequência de um trauma ou de um movimento súbito.
É uma lesão frequente em acidentes de viação (designada por síndrome de chicote cervical), quedas ou atividades desportivas que envolvem movimentos bruscos de flexão e extensão do pescoço. As entorses cervicais provocam dor, rigidez e por vezes limitação do movimento cervical.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se no antecedente de trauma ou movimento súbito, seguido por dor e rigidez cervical, que podem surgir imediatamente ou até 24 a 48 horas após o evento. O exame físico revela sensibilidade na região posterior do pescoço e redução do arco de movimento.
Em casos ligeiros, não são necessários exames de imagem, mas em situações de trauma significativo ou se houver suspeita de fratura ou lesão neurológica, devem ser solicitadas radiografias cervicais ou ressonância magnética (RM) para excluir lesões mais graves.
Diagnóstico Diferencial
Patologia | Características |
Hérnia discal cervical | Dor irradiada para os braços, associada a fraqueza muscular ou parestesias |
Fratura cervical | Dor intensa após trauma severo, com limitação marcada da mobilidade cervical |
Miosite | Dor muscular sem trauma, geralmente associada a infeções ou processos inflamatórios |
Síndrome de chicote cervical | Quadro semelhante à entorse, frequentemente após acidentes rodoviários |
Torcicolo agudo | Espasmo muscular severo com postura antálgica e mobilidade muito reduzida |
Atuação em Urgência
No contexto das urgências, o tratamento da entorse cervical inclui a imobilização com colar cervical mole, a fim de restringir o movimento e permitir a cicatrização ligamentar. A analgesia é feita com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e, se necessário, relaxantes musculares para aliviar o espasmo.
Durante os primeiros dias após o trauma, a aplicação de gelo na região cervical ajuda a reduzir a inflamação. Na presença de sinais de fratura ou défice neurológico, deve evitar-se qualquer manipulação até serem realizados os exames de imagem apropriados.
Tratamento Definitivo
O tratamento definitivo é conservador na maioria dos casos. O uso de colar cervical mole deve ser limitado a 1 a 2 semanas, para evitar rigidez. Posteriormente, inicia-se fisioterapia, com foco em exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e técnicas de relaxamento para prevenir recorrência da lesão.
Em casos de dor persistente ou crónica, podem ser utilizados recursos como terapia física dirigida e aplicação de calor local. A recuperação completa ocorre habitualmente entre 4 a 6 semanas, dependendo da gravidade do entorse.

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