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Edema Agudo Pulmonar Não Cardiogénico

MANUAL DE EMERGÊNCIAS 2025



O edema agudo pulmonar não cardiogénico (EAP‑NC) é uma síndrome caracterizada pela acumulação de líquido nos espaços alveolares devido a um aumento da permeabilidade da membrana alvéolo-capilar, sem relação direta com disfunção cardíaca[6]. Pode ser causado por várias situações, como sépsis, pneumonia, traumatismos graves, pancreatite, entre outras[7].


Sintomas


Os pacientes com EAP‑NC frequentemente apresentam:


  • Dispneia de início súbito


  • Dificuldade respiratória progressiva


  • Sensação de afogamento


  • Tosse, podendo ser produtiva com expectoração espumosa ou rosada


  • Ansiedade e agitação[1][5]


Sinais clínicos


Entre os sinais clínicos mais frequentes destacam-se:


  • Taquipneia (> 25 rpm)


  • Uso de músculos acessórios da respiração


  • Cianose


  • Sudorese profusa


  • Taquicardia


  • Hipoxemia (SatO₂ < 90 %)[1][8]


Exame clínico


Durante a avaliação física verificam-se:


  • Paciente em posição ortopneica


  • Estertores crepitantes bilaterais à auscultação pulmonar


  • Sibilância em alguns casos (asma cardial)


  • Sinais de esforço respiratório: tiragem intercostal, aleteio nasal


  • Pele fria e pálida[1][5][8]


Exames complementares


Para confirmar o diagnóstico e identificar a causa, são realizados:


  • Radiografia torácica: infiltrados alveolares bilaterais sem cardiomegalia[5]


  • Gasometria arterial: hipoxemia e, em casos graves, hipercapnia[8]


  • Ecocardiograma: para excluir causa cardíaca e avaliar função ventricular[8]


  • Tomografia torácica: fornece imagens detalhadas dos pulmões e pode auxiliar na etiologia[5]


  • Análises sanguíneas: hemograma, eletrólitos, função renal e hepática, marcadores inflamatórios[8]


  • BNP: níveis normais ou ligeiramente elevados ajudam a diferenciar do EAP cardiogénico[1]


Manejo em Emergência


O tratamento no serviço de urgências visa otimizar a oxigenação e abordar a causa:


  1. Oxigenoterapia: manter saturação > 94 %[1]


  2. Ventilação não invasiva: CPAP ou BiPAP em insuficiência moderada a grave[1][8]


  3. Intubação e ventilação invasiva: se a ventilação não invasiva falhar ou houver insuficiência respiratória severa[1]


  4. Tratamento da causa subjacente: antibióticos, controlo de traumatismos, pancreatite, entre outros[7]


  5. Diuréticos: uso controverso e deve ser ponderado conforme o estado de volemia[8]


  6. Monitorização hemodinâmica: controlo contínuo de sinais vitais, saturação e estado hemodinâmico[8]


  7. Posição semi-incorporada: melhora da mecânica respiratória[5]



O manejo do EAP‑NC requer uma abordagem multidisciplinar e rápida identificação da causa primária para iniciar tratamento específico. O prognóstico depende essencialmente da causa subjacente e da celeridade na intervenção.



Citações


 
 
 

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